Ser Educacional planeja avanço além do Norte e Nordeste

Com o sucesso do IPO, grupo acelera aquisições e entra no mercado de Ensino a Distância

As incertezas quanto ao desempenho da economia e o difícil período para a renda variável não afetam os negócios do Grupo Ser Educacional, que cravou sua abertura de capital em outubro do ano passado. Em pouco mais de quatro meses de negociação, as ações da companhia (SEER3), que atua nas regiões Norte e Nordeste do país, valorizaram 18%, enquanto o Ibovespa acumulou queda de 15% no período. 

Em meio ao sucesso no mercado, o grupo continuia na estratégia de fazer novas aquisições, assim como de implantar o segmento de ensino à distância (EAD). Depois de concluída essa fase, a expansão das atividades para outras regiões do país faz parte dos planos.

 "Ainda há espaço para crescimento significativo no Norte e no Nordeste. Então, somente quando o potencial de expansão ficar limitado, o que deve demorar cerca de três anos, podemos pensar em desbravar novas áreas do Brasil", disse o presidente do grupo, Jânyo Diniz, que não apontou uma região específica de interesse. "Vamos fazer essa avaliação no momento adequado", disse.

 Com a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), o grupo levantou R$ 619 milhões, que estão sendo utilizados para acelerar a aquisição de instituições, com foco em faculdades. Em janeiro, foi anunciada oficialmente a compra da escola de Ensino Superior Anglo Líder, por R$ 2,1 milhões. E mais duas negociações com instituições do Norte do país estão em andamento: a compra da União de Ensino Superior do Pará (Unespa) e do Instituto Santareno de Ensino Superior (Ieses), que controla as Faculdades Integradas de Tapajós.

 Diniz não nega que tenha outras empresas no radar. "Mesmo que houvesse esse tipo de aproximação, não poderia falar. Até porque este é um mercado bastante defensivo, pois tem outros grupos buscando aquisições. Esse é o tipo de negociação difícil em qualquer setor, mas tem um peso maior na educação, que está em pleno processo de crescimento de mercado", comentou.

 Fies 

 O setor de educação cresce na esteira das políticas públicas, implantadas ao longo dos últimos 15 anos, com objetivo de melhorar a instrução dos cidadãos e oferecer mão de obra qualificada para o mercado de trabalho. Uma das principais iniciativas é o Programa de Financiamento Estudantil (Fies), destinado aos alunos do ensino superior, que, em 2013, teve 556,5 mil contratos formalizados. Nos últimos quatro anos, o número de alunos beneficiados soma 1,16 milhão.

 Dentre os 69,9 mil alunos de graduação do Ser Educacional, 41% são cadastrados no programa, o que representa importante fatia da receita da companhia. Ainda assim, Diniz não considera a dependência um risco. "O Fies é importante para a evolução da educação do país, pois 75% dos alunos de graduação estudam em faculdades particulares. Então, se o governo diminuísse a importância do programa, não estaria prejudicando somente as instituições e sim o ensino superior como um todo. Por isso, não considero um risco para o negócio", avaliou.

 A tranquilidade de Diniz é ancorada pelo Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado no final do ano passado pelo Senado e que fixa 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação. Isso, em tese, fortalece programas como o Fies e Programa Universidade para todos (ProUni).

 Ensino a distância 

 Em dezembro de 2013, o Ministério da Educação (MEC) credenciou a Unissau - uma das faculdades do grupo - para oferecer a modalidade de Ensino a Distância (EAD). Inicialmente, serão oferecidas 36 mil vagas em seis diferentes cursos.

 "Estamos iniciando o processo seletivo em cursos básicos, como Administração, Contabilidade, Engenharia Civil e de Produção. Acreditamos que a taxa de crescimento do EAD seja maior que a do ensino presencial nos próximos anos", disse Diniz. Por Priscilla Arroyo | Leia mais em Brasileconomico 07/03/2014

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O Grupo Ser Educacional divulga em seu site Apresentação Institucional 13/jan/2014. Abaixo alguns slides do referido documento