A Braxenergy está estruturando a venda de todos os seus ativos de geração - no total de 5GW - para se tornar uma empresa de prestação de serviços no segmento. A empresa aposta no mercado de transmissão com a constituição da Concessionária de Sistema de Potência Brasil, holding de capital aberto com quem divide a participação com o Fundo de Investimento e Participações (FIP), e que tem atuação desvinculada da empresa de prestação de serviços.
A companhia começou a desenvolver projetos pioneiros no Brasil para a energia termossolar, mas diante de poucas perspectivas para o setor, buscou a diversificação de seu portfólio com projetos para PCHs, parques eólicos e plantas fotovoltaicas, dentro e fora do País.
Até mesmo o braço da empresa na África do Sul, com 675MW provenientes de fontes renováveis também já foi, inclusive, vendido. Helcio Camarinha, diretor executivo da Braxenergy, explica que o motivo para a mudança foi a instabilidade econômica e regulatória pela qual está passando o setor elétrico brasileiro.
Os ativos à venda englobam projetos com autorização, registro ativo e de outorga, terreno e conexão assegurada, sendo que 70% deles possuem licença ambiental. “Falta uma coisinha só, que é o contrato de venda de energia, e hoje também não está difícil de conseguir. Mas não é uma coisa que a gente vai correr risco de novo nessa volatilidade”, contou Camarinha.
Completam o montante de ativos mais três CGHs de 1MW cada, prontas para operação e sem PPA. A estruturação total para a venda está sendo realizada através da Daemon Investimentos.
De acordo com o executivo, apesar de o segmento de transmissão apresentar uma taxa de retorno abaixo das conseguidas com os empreendimentos de geração em certos momentos de mercado, é um ambiente com menor instabilidade e interferência regulatória, e que também tem atraído interesse de investidores externos.
Em 2013, a empresa participou dos leilões de novembro e dezembro, e levou quatro lotes de linhas de transmissão, sendo dois no Ceará, e os outros no Maranhão e Pará. Helcio Camarinha promete ainda que “irá com tudo” para o leilão de transmissão em julho, quando o governo pretende licitar cinco lotes de linhas.
Ele completa que o FIP quer ampliar sua receita nos próximos quatro anos, e que tem buscado associação para novos empreendimentos em transmissão, que poderão ser beneficiados pela associação às localidades em que as linhas já foram conquistadas.
Nessa parceria, uma empresa canadense, que ele não revela o nome, já assinou contrato de preferência para participação minoritária, com vistas à aquisição de experiência para participação no leilão de transmissão previsto para o final de 2014, em deverá entrar o segundo bipolo de Belo Monte. Por Natália Bezutti
Fonte: jornaldaenergia 27/02/2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário