05 novembro 2013

Gartner prevê “guerra” na indústria de TI a partir de 2014

“O que muitos fornecedores de TI tradicionais vendiam no passado, muitas vezes, não é o que você precisa para o futuro digital”, define Val Sribar, vice-presidente da consultoria

Donald Feinberg observa uma guerra no horizonte e as batalhas começarão a ser travadas a partir do ano que vem. O que o vice-presidente e analista emérito do Gartner vê é um período de extrema competição em uma nova indústria de tecnologia da informação que começa a se formar a partir do próximo ano. Será sangrenta, acrescenta.

 O que o especialista – que previu a compra da Sun pela Oracle há alguns anos – diz, de fato, trata-se do que muitos representantes da indústria tem sentido no dia a dia. Ao que parece, vivemos uma transformação comparável com a mudança do modelo de mainframe para uma estrutura cliente servidor.

 A questão, agora, é que a transição ocorre para um modelo computacional cada vez mais presente que, se não bastasse, vem ainda balizado por um modelo comercial diferente (leia-se: cloud). Se há pouco mais de duas décadas, muitos gigantes não conseguiram fazer a transição, há de se esperar que outros grandes nomes da indústria não sobrevivam nesse processo, que deve se estender até o final da década. 

“Algumas empresas tem mais a ganhar; enquanto outras, mais a perder”, considera Val Sribar, vice-presidente do Gartner. O especialista observa que, enquanto alguns players entrantes poderão verificar lucratividade alta quando conquistam alguns pontos de market share, esse percentual de perda, para fornecedores estabelecidos, significa quase que uma catástrofe.

 O mundo digital, pontua a consultoria, funciona mais rápido para muitos fornecedores de TI tradicionais. Os ciclos se encurtam. Se no passado as empresas de tecnologia de ponta reinavam por longos períodos, isso hoje não ocorre mais.

 “O que muitos fornecedores de TI tradicionais vendiam no passado, muitas vezes, não é o que você precisa para o futuro digital. Sua estratégia de canais, força de vendas e ecossistema de parcerias são desafiados por concorrentes diferentes, novos centros de compras e modelos de negócio do cliente”, pronuncia Sribar, em um comunicado. “Muitos dos vendedores que estão no topo hoje, como a Cisco, a Oracle e a Microsoft, podem não ser os líderes na Economia Industrial Digital”, adiciona.

 A parte boa da mensagem reside no fato de que essa turbulência significa também um novo começo. De fato, há muitas novas empresas surgindo já dentro de um modelo mais adequado à era da hipercompetição sem fronteiras, ofertas em uma modelo “as a service” e endereçando tecnologia a demandas de negócio.

 Para Feinberg, os mais preparados a vencerem as batalhas são aqueles capazes de ofertar valor negócios e inovação no campo de diferenciação a seus clientes. O tempo dirá quem sobreviverá.
Fonte: crn.itweb 04/11/2013

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