Francesa retoma investimentos no País e também quer adquirir os 10% restantes da Petrobrás na térmica Norte Fluminense
A gigante francesa do setor de energia EDF está retomando os seus planos de crescimento no Brasil. A empresa negocia a compra da fatia de 10% da Petrobrás na térmica a gás natural Norte Fluminense (RJ), ativo em que a EDF já detém 90% de participação acionária.
Adicionalmente, a companhia, em parceria com a Cemig, mantém conversas com a Eletrobrás para assumir a fatia de 51% da Alupar na hidrelétrica Sinop, que decidiu sair do consórcio vencedor do leilão de energia de agosto, firmado com a Chesf e a Eletronorte.
O diretor financeiro e administrativo da EDF Norte Fluminense, Carlos Afonso, revelou que as negociações com a Petrobrás estão bastante avançadas e a tendência é de que o negócio possa ser concluído ainda em dezembro.
A venda do ativo federal faz parte do plano de desinvestimentos da estatal, cuja meta é a venda de US$ 9,9 bilhões até 2017. A petrolífera já se desfez de outros ativos no setor elétrico, como a participação de 49% na empresa de energia renovável Brasil PCH para a Cemig por R$ 650 milhões. Procurada, a Petrobrás informou que não comentaria o assunto.
A retomada dos investimentos da EDF no Brasil ocorre, essencialmente, no setor de geração. No passado, a empresa já teve participação no setor de distribuição, quando era dona da Light.
Em 2006, a companhia desistiu do negócio diante das dificuldades de combater as perdas comerciais e vendeu o ativo, adquirido pela Cemig.
Desde então, o grupo francês se dedicou a operar seu único ativo de grande porte no País, a térmica Norte Fluminense. Neste ano, porém, a EDF voltou demonstrar interesse no mercado brasileiro.
Em parceria com a Cemig, a EDF ficou em segundo lugar na disputa pela concessão de Sinop, uma usina com capacidade de 400 megawatts (MW) que será construída no Rio Teles Pires, nos Estados de Mato Grosso e Pará.
Com a desistência da Alupar, a companhia vislumbra a chance de ingressar na usina. Agora, a EDF e a Cemig analisam o projeto elaborado pela Eletrobrás para saber se vale a pena participar da construção e operação da hidrelétrica com base na oferta vencedora da estatal na licitação, que foi de R$ 109,40/MWh.
Projetos.
Em paralelo a essas negociações, a EDF busca desenvolver novos projetos. A empresa planeja construir uma nova térmica no Estado do Rio de Janeiro, a usina Pacarambi, de 800 MW.
O projeto, que tem um investimento estimado em R$ 1,8 bilhão, só não saiu do papel por causa da falta de gás natural para novas usinas no País.
Afonso afirmou que a EDF também pretende disputar a concessão da hidrelétrica São Manoel (nos Estados do Pará e de Mato Grosso), que será licitada no leilão de energia nova de dezembro.
O grupo francês também está envolvido na elaboração dos estudos do próximo complexo hidrelétrico a ser licitado no Brasil, as usinas do Rio Tapajós, no Pará.
Segundo o executivo da EDF Norte Fluminense, os estudos identificaram um potencial energético superior ao estimado originalmente. Só a hidrelétrica São Luiz do Tapajós teria uma capacidade instalada variando entre 7,8 mil MW e 8 mil MW, 1 mil MW a mais do que os 6,8 mil MW estudados inicialmente."A intenção do governo federal é licitar essa usina em setembro de 2014", disse o executivo da EDF.
Novos players.
Mas o interesse da EDF não se resume aos projetos de grande porte no setor de energia.
O diretor financeiro e administrativo da EDF Norte Fluminense revelou que a EDF Energies Nouvelles, uma das maiores geradoras de energia renovável do mundo, está prestes a ingressar no Brasil.
"Essa empresa esteve no País e está vindo de novo, focando em energia eólica e solar", afirmou o executivo. Ao redor do mundo, a empresa opera 6,358 mil MW de projetos de energias renováveis. WELLINGTON BAHNEMANN
Fonte: O Estado de S.Paulo23/11/2013
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