Outros pretendentes teriam desisitido do negócio, que deve ser anunciado no final desta semana ou na próxima
Na reta final das negociações de compra e venda da Credicard, atualmente controlada pelo Citibank Brasil, a briga ficou concentrada entre Itaú e Bradesco, segundo uma fonte (que não quis se identificar) disse na sexta- feira ao BRASILECONÔMICO. Nenhum dos bancos envolvidos admite publicamente a negociação. Não háumprazo final determinado, mas provavelmente, o nome do ganhador será anunciado no final desta semana, ou no máximo na semana que vem.
Michael Corbat, presidente mundial do banco que assumiu em outubro a missão de reestruturar a instituição, chega amanhã para uma visita ao país e tem audiência marcada com a presidente Dilma Rousseff. Sua chegada alimentou especulações sobre o anúncio do negócio mas, segundo a reportagem apurou, será uma visita anual de praxe.
Segundo levantamento feito pela Austin Rating, a pedido do Brasil Econômico, a receita dos bancos brasileiros com cartões (tarifas como as de emissão e anuidade, ganhos relacionados à atividade de credenciamento, menos receitas com juros) em 2012 foi de R$ 7,9 bilhões no Itaú e de R$ 5,7 bilhões no Bradesco. O Itaú desponta como favorito mas a batalha ainda não está vencida. Perder o negócio do qual já foi um dos três acionistas controladores (aço o próprio Citi e Unibanco) para o Bradesco seria uma dupla derrota difícil de engolir.
O apetite do Itaú não se restringe à área de cartões de crédito. O banco vem admitindo grande interesse por expansão na América Latina, com especial apreço pelo renascente México, o que poderia indicar que o Itaú estaria negociando mais do que a Credicard com o Citi. No entanto, uma fonte a par do assunto disse que há interesse estratégico em aquisições, mas não negociações em andamento com o Citi. Outra fonte disse, ainda, que o Citi não teria interesse em vender seus negócios no Brasil — não agora. Em 2012 o lucro líquido recorrente do grupo no Brasil ficou em R$ 737 milhões, ante R$ 672 milhões no ano anterior (o total publicado, de R$ 1,8 bilhão em 2011, incluía ganhos extraordinários).
Mas, como o Citi está voltando às suas origens no Brasil focando de novo em clientes da alta renda, vender a financeira que tem foco diferente faz sentido. “Para que o Citi ia querer 4,7 milhões de clientes da Credicard para administrar, se não tem mais produtos para vender a esses consumidores?”, pergunta outra fonte que também preferiu não se identificar.
A Credicard foi criada em 1978 pelo Citibank, com Itaú e Unibanco como sócios até 2004, quando o segundo vendeu sua parte. Desde 2009, o Citibank comprou a parte do Itaú e tem a exclusividade da marca Credicard. Na época, a empresa foi avaliada em US$ 1,4 bilhão. Hoje, o valor da venda estaria em torno de R$ 2 bilhões.
A Credicard tem atualmente uma base de 4,7 milhões de cartões de crédito e responde por 10% do faturamento do mercado, segundo a própria empresa. A empresa também tem portal de vendas online. ■ Colaborou Flávia Furlan Por Léa De Luca, Brasil Econômico
Fonte:cvmclipping 08/04/2013
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