A fabricante de computadores chinesa Lenovo avalia possíveis aquisições e alianças estratégicas com empresas de tecnologia, incluindo um negócio com a fabricante do BlackBerry, a Research In Motion (RIM), para incrementar suas operações na área de celulares.
"Estamos examinando todas as oportunidades - a RIM e muitas outras", disse o diretor financeiro Wong Wai Ming, durante entrevista em Davos, onde se realiza o Fórum Econômico Mundial. "Não hesitaremos quando surgir a oportunidade certa que possa nos beneficiar."
A RIM começou a fazer um exame das suas opções estratégicas no ano passado, depois de perder uma fatia de mercado para celulares como o iPhone, da Apple, e o Galaxy, da Samsung, o que deu origem a especulações de que poderia ser alvo de uma oferta. A Lenovo (que recentemente comprou a CCE, no Brasil) vem analisando a possibilidade de novas aquisições para acrescentar produtos ao seu portfólio, uma vez que a concorrência dos tablets vem impedindo o aumento da lucratividade.
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A longo prazo, estamos num mercado de PCs em declínio", afirmou Jean-Louis Lafayeedney, analista da JI Asia, em Hong Kong. Mas segundo ele, a Lenovo "pode alavancar sua posição na área dos PCs para desenvolver atividades ligadas a internet para celulares".
A empresa tem uma equipe trabalhando em possíveis aquisições, disse Wong. A Lenovo tem mantido conversações com a RIM e seus banqueiros sobre várias combinações ou parcerias estratégicas, disse. Mas não quis comentar quando a empresa faria uma proposta para a RIM.
Wong disse que vai analisar com cuidado as avaliações feitas sobre todos os acordos potenciais e observou que o valor da ação da RIM recentemente saltou para dois dígitos. As ações da companhia canadense aumentaram 46% este ano, para US$ 17,29, impulsionadas pelo otimismo com o novo BlackBerry 10, que ainda não foi lançado.
A RIM não fez comentários sobre uma possível proposta da Lenovo. "Não temos nenhuma informação sobre nosso exame estratégico no momento", disse Nick Manning, porta-voz da empresa canadense. A compra da RIM exigiria aprovação dos órgãos reguladores dos EUA e Canadá, por causa do porte da transação e pelo fato de que a empresa opera redes de celulares de agências governamentais.
O ministro da Indústria do Canadá, Christian Paradis, informou esta semana que gostaria que a RIM crescesse "organicamente". O governo canadense examina automaticamente todas as aquisições por estrangeiros de companhias com ativos acima de US$ 344 milhões para determinar se as transações oferecem benefício para o país. Por BLOOMBERG NEWS Tradução de TEREZINHA MARTINO
Fonte:estadao 25/01/2013
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