As empresas de ensino superior Anhanguera, Estácio e Kroton fecharam o segundo trimestre consecutivo com resultados expressivos. Receita e lucro cresceram (ver gráficos ao lado). Com um caixa mais robusto, os grupos têm planos de expansão orgânica e estudam novas aquisições.
Esse bom resultado é consequência de uma combinação de fatores como as aquisições fechadas por Anhanguera e Kroton, o Fies - financiamento estudantil do governo federal - e o aumento no valor das mensalidades.
A Anhanguera e a Kroton, cujos lucros tiveram alta de 173% e 195%, respectivamente, fecharam grandes aquisições que refletiram neste último balanço. A paulista Anhanguera comprou a Uniban por R$ 510 milhões, em setembro do ano passado. Três meses depois, a mineira Kroton adquiriu a Unopar por R$ 1,3 bilhão e, em fevereiro, levou a Uniasselvi por R$ 510 milhões. A Estácio fez pequenas aquisições que não impactaram de forma expressiva.
Mesmo desconsiderando as aquisições, as companhias de ensino superior listadas na bolsa apuraram crescimento orgânico de dois dígitos. A receita líquida da Estácio avançou 18,4% por esse critério; a da Anhanguera, 20% e a da Kroton, 24%. Os três grupos educacionais juntos conquistaram quase 210 mil novos alunos no vestibular do meio do ano.
Outro fator determinante para o bom desempenho das companhias de ensino foi a flexibilização do Fies - o programa de crédito educativo deixou de exigir fiador, passou a ser oferecido por um número maior de bancos e atraiu mais estudantes. Nos dez primeiros meses deste ano, 338 mil pessoas conseguiram o financiamento. Para efeito de comparação, no ano passado inteiro, o total foi de 154 mil, segundo dados do MEC.
Além disso, a receita das empresas também foi impulsionada pelo aumento das mensalidades. Trata-se de uma retomada nos reajustes, uma vez que entre 2000 e 2010 houve uma queda progressiva no preços por conta da concorrência acirrada entre os grupos consolidadores.
A Estácio, por exemplo, não fez grandes aquisições, mas conseguiu melhorar o faturamento. No terceiro trimestre, o número de alunos aumentou 14,8% e a receita avançou 21% sobre o mesmo período de 2011. Na Estácio, o tíquete médio dos cursos presenciais subiu 7,8% e o dos cursos a distância, 12,2%. "Fizemos investimentos em campi, conteúdo pedagógico, fornecemos tablets e livros. Estamos repassando o preço. Mas, mesmo com o aumento, conquistamos novos alunos", disse Rogério Melzi, presidente da Estácio, que registrou 75 mil novas matrículas no processo seletivo de julho.
Com uma maior geração de caixa, as companhias já têm planos de expansão para os próximos anos, que inclui aquisições e abertura de polos de ensino a distância.
A Kroton anunciou que pretende abrir mais 225 unidades de educação a distância e retomou suas prospecções para novas compras. A companhia mineira tem interesse em grupos de ensino presencial. "Há 2 mil ativos no Brasil e 600 têm potencial para aquisição", disse Rodrigo Galindo, presidente da Kroton. Um dos interesses da empresa é o mercado paulista, onde ainda não está presente. Nos nove primeiros meses deste ano, a geração de caixa, após os investimentos, foi de R$ 201,6 milhões.
A Anhanguera também planeja abertura de 200 polos de ensino a distância e voltou a olhar o mercado em busca de aquisições. A empresa procura negócios de menor porte, que possam ser comprados com recursos da própria geração de caixa, que nos últimos nove meses deste ano somou R$ 153,8 milhões.
A carioca Estácio também não descarta crescer por meio de aquisições, inclusive de instituições com mais de 10 mil alunos. "Agora, a gente pode ousar mais e fazer uma aquisição maior. Já temos experiência em integração. Uma aquisição grande pode acelerar nosso crescimento", disse Melzi, da Estácio. Valor econômico
Fonte: educacionista 12/11/2012
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