A rotatividade entre os trabalhadores do setor de TI na cidade de São Paulo foi de 9,8% no primeiro semestre deste ano, de acordo com levantamento divulgado nesta terça-feira, 11, pelo Sindicato dos Trabalhadores de TI do Estado de São Paulo (Sindpd).
Do total de 110 mil trabalhadores de TI empregados até o mês de junho no município, 10.789 trocaram de emprego, número 43% maior que o registrado no mesmo período do ano passado. A capital paulista abriga cerca de 58% dos postos de trabalho em TI do estado e 27% do Brasil, segundo o Ministério do Trabalho
Para o presidente do Sindpd, Antonio Neto, o índice é resultado da falta de políticas claras de cargos e salários, remuneração de início de carreira baixa e benefícios pouco atrativos para o empregado. “O setor de TI cresce mais de 10% ao ano. Com o mercado aquecido e o déficit de mão de obra qualificada, o trabalhador muda de emprego com mais facilidade atraído geralmente por melhores salários, benefícios e planos de carreira mais objetivos. Uma pesquisa do Datafolha, encomendada pelo sindicato no início deste ano, revela que a insatisfação em relação às políticas de cargos e salários adotadas nas empresas de tecnologia da informação chega a 76%, além disso, 39% da categoria afirmam não se sentir valorizada”, ressaltou.
O dirigente sindical sustenta que a rotatividade elevada retarda o desenvolvimento do setor e é ruim para trabalhadores, empresas e governo. Segundo ele, o ideal é que a média fique em 3%. “Taxas mais altas que esta evidenciam setores instáveis e prejudicam o crescimento. Para o governo, o custo é alto. No ano passado, foram gastos com seguro desemprego R$ 23,7 bilhões. O profissional fica inseguro em um cenário incerto e não cria identidade com a companhia em que trabalha. E os empresários, que precisam reter seus talentos para continuar crescendo, acabam perdendo os funcionários para outras empresas”, enfatizou Neto.
O estudo mostra que o índice do setor de TI é mais alto que as médias nacionais em atividades como indústria de transformação (3,8%) e o comércio (4,5%), divulgadas mensalmente pelo Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) do Ministério do Trabalho. No país, as áreas com rotatividade mais elevada no primeiro semestre deste ano, de acordo com os dados do Caged, foram a construção civil, com média de 7%, a agropecuária, com 5,8%, e o comércio, com 4,5%. No setor de serviços, o qual a tecnologia da informação faz parte, a rotatividade chega a 3,8%.
Fonte: tiinside 11/09/2012
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