29 fevereiro 2012

Qualicorp enfrenta concorrência da Aon

A multinacional Aon oficializou sua entrada na disputa com a Qualicorp pelo no mercado de venda e administração de planos de saúde por adesão, vinculados a entidades de classe e associações. A meta da multinacional, uma das maiores corretoras de seguros do mundo, é alcançar 100 mil planos nesta modalidade até o fim deste ano no Brasil.

O início da atuação Aon neste setor foi marcado por um evento de ontem no Recife, onde a empresa anunciou uma parceria com a Hapvida. "Nossa aposta é na classe C", disse o presidente da Aon Affinity no Brasil, José Macedo.

A empresa entra no setor com uma estratégia agressiva de remuneração para os vendedores. Segundo Pedro Rezende, diretor da área de saúde da Aon no Brasil, a comissão para os corretores será até 40% acima do que é praticado no mercado. Para as plataformas de venda, a remuneração chega a ser o dobro.

Por enquanto, a Aon vai contar com seis plataformas de vendas parceiras (não próprias) e cerca de 1.800 corretores e consultores para atender a demanda pelo novo produto, que vem sendo estudado pela multinacional desde que a Agência Nacional de Saúde (ANS) passou a exigir uma administração profissional para os planos por adesão de sindicatos e associações, em 2009.

A atuação da Aon começa imediatamente em todos os estados do Norte e Nordeste - onde a companhia enxerga o maior potencial de crescimento devido ao baixo índice de pessoas com planos de saúde - e também em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. "Um dos diferenciais do nosso produto é que já vem com o plano odontológico [da MaisOdonto ] incluso", explica Rezende.

A Aon entrou num segmento dominado no Brasil pela Qualicorp. Wilson Olivieri, diretor financeiro Qualicorp disse ao Valor que a "concorrência é sempre saudável" e que a empresa "está preparada para continuar oferecendo as melhores opções nesse mercado competitivo".

Em teleconferência com analistas na manhã de ontem, Olivieri disse que os acordos recentes com operadoras focadas na classe C, como Intermédica e Hapvida, devem permitir à Qualicorp diminuir a perda sazonal de beneficiários em épocas de reajuste de preços dos produtos. "Temos agora como oferecer um plano para aquele cliente que eventualmente cancelaria o seu contrato por não poder pagar", comentou.

No quarto trimestre, os resultados da Qualicorp refletiram o alto investimento em expansão no período, quando a empresa fechou contrato com oito novas operadoras (incluindo a Bradesco Saúde) e mais 20 entidades de classe.

A carteira de beneficiários avançou 27,9% no trimestre em relação a um ano antes, atingindo R$ 3,8 milhões. Só no segmento de planos por adesão, o crescimento foi de 61,8%, para 1,37 milhão de beneficiários.

A receita líquida, na mesma comparação, aumentou 41,4%, para R$ 191,7 milhões, enquanto o custo de serviços prestados atingiu R$ 50,3 milhões, em alta de 46,6%.
No quarto trimestre, a empresa teve lucro de R$ 8,8 milhões, revertendo um prejuízo de R$ 19 milhões no mesmo período de 2010.

A Qualicorp planeja neste ano montar um banco de dados nacional, com a ajuda de duas consultorias, a INDG e a SD&W, que conjuntamente estão mapeando o mercado nas diferentes regiões do país. "Com esse trabalho, teremos acesso a quantas pessoas em Fortaleza têm plano empresarial e estão insatisfeitas", exemplificou Olivieri, reforçando que a área de tecnologia da informação deve consumir a maior parte dos investimentos previstos. Por Marina Falcão e Beth Koike
Fonte:Valor29/02/2012

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