O grupo Cepemar, que reúne seis empresas com atuação na área ambiental e é controlado pelo grupo Suzano, está ampliando sua exposição aos negócios marítimos, assim como seu leque de parcerias estratégicas, com o objetivo de cumprir a meta recém estabelecida pela nova direção: crescer cinco vezes em cinco anos.
Com faturamento de cerca de R$ 100 milhões no ano passado, o grupo está dedicando especial atenção à mineração no mar, diante dos indícios cada vez mais fortes de que haveria expressivas reservas de recursos minerais na costa brasileira. Engenharia costeira e portuária e prestação de serviços às indústrias de petróleo, gás e telecomunicações, que operam dutos e cabos submarinos, também ganharam relevância nos planos estratégicos da Cepemar.
Somente em 2012, os investimentos do grupo - sem considerar os aportes de R$ 220 milhões da Brasil Supply, que também tem como acionistas a Cotia Trading e a BR Distribuidora - devem superar a casa de R$ 30 milhões. O valor corresponde a mais do que o dobro do que foi aportado na operação nos últimos sete anos, sem levar em conta a compra de dois navios, o Seward Johnson e o Ocean Stalwart, o primeiro no país dedicado à mineração submarina.
Os recursos também não contemplam eventuais aquisições. Neste momento, o grupo está em negociação com uma empresa de engenharia marítima no país e a transação pode ser sacramentada ainda na primeira metade deste ano.
De acordo com o presidente do grupo, Ronnie Vaz Moreira, a Cepemar realizou uma captação de recursos junto a instituições financeiras no ano passado. Assim, a companhia consegue não só financiar os planos de crescimento, como também se prepara para uma nova operação. "Com a entrada do grupo Suzano no controle, a Cepemar ganhou musculatura e as instituições financeiras passaram a demonstrar ainda mais interesse em financiar os planos de crescimento", afirma Moreira.
Na linha das parcerias estratégias, o grupo acaba de se associar à Bluefin Robotics, uma subsidiária da americana Battelle reconhecida como uma das principais desenvolvedoras do mundo de veículos submarinos autônomos (AUV, na sigla em inglês). Por meio desta parceria, a Cepemar vai vender, operar e treinar operadores desses equipamentos no Brasil, cujos preços podem variar de US$ 5 milhões a US$ 10 milhões. Mais adiante, esses veículos, que serão fabricados em Boston (EUA), poderão ser produzidos no Brasil.
Conforme Moreira, já há conversas em andamento com potenciais clientes tanto na área de petróleo quanto na de telecomunicações. O segmento de energia renovável também aparece na possível carteira de clientes desses equipamentos, diante do interesse crescente na possibilidade de geração de energia eólica no mar.
O grupo Suzano comprou o controle da Cepemar no ano passado e os ativos ficaram sob o guarda-chuva da IPLF, empresa paralela à Suzano Holding. Segundo Moreira, há um trabalho de marca em andamento, relativo ao nome definitivo da nova operação, que deve ser concluído ainda neste primeiro semestre. Na Brasil Supply, a Cepemar detém participação de aproximadamente 21%. Por Stella Fontes
Fonte:Valor15/02/2012
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