17 novembro 2011

Aquisição marca nova tendência no mercado do Rio

A compra da rede Prezunic pelo grupo chileno Cencosud marca um movimento contrário à tendência histórica do setor supermercadista do Rio de Janeiro: a concentração nas mãos de empresários locais, geralmente de origem portuguesa.

As estrangeiras Pão de Açúcar / Casino, Carrefour e Walmart - estão no Rio. O Pão de Açúcar, com todas as suas bandeiras, lidera. Mas redes locais como Guanabara, Mundial e, até ontem, o Prezunic, são a segunda força supermercadista no Estado.
"É difícil explicar racionalmente essa característica do mercado do Rio. Acho que é um apego ao negócio", diz Aílton Fornari, presidente da Associação dos Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj), do alto dos seus mais de 40 anos no setor, a maior parte do tempo ligado ao grupo Sendas, comprado pelo Pão de Açúcar.

Sexto colocado do ranking nacional, o Prezunic vem conquistando os bairros mais sofisticados do Rio, como a Zona Sul e Barra da Tijuca, graças a uma política de preços agressiva e a um mix que atende as camadas de renda mais alta sem abrir mão do seu público original de renda média e baixa.

Sua origem vem dos Supermercados Rainha, fundado pelos irmãos portugueses Antonio, Manoel e Joaquim Cunha por volta dos anos 1970. Preocupados com possíveis brigas familiares que derrubaram antigos gigantes como Casas da Banha e Supermercados Disco, também de origem portuguesa, decidiram cada um abrir a própria rede. Antônio abriu o Dallas, Joaquim, o Continente e Manoel, o Intercontinental.

O Dallas e o Continente foram comprados pelo Carrefour, uma iniciativa que, segundo especialistas, não deu certo e foi progressivamente desfeita. O Intercontinental não cresceu muito, mas mantém-se ativo. Joaquim Cunha, ex-Continente, abriu o Prezunic com uma filosofia de lojas padronizadas com no máximo 2,5 mil metros quadrados e compras centralizadas que mostrou-se vitoriosa, inclusive na sucessão, com a passagem do comando a sua filha, Andréa Cunha.

Apesar de não participarem do ranking da Abras, as redes Guanabara e Mundial são consideradas por especialistas maiores do que o Prezunic, sendo este último caracterizado por preços ainda mais agressivos, com uma política de vendas exclusivamente à vista.

A outra rede do Rio que aparece entre as 20 maiores do país, os Supermercados Zona Sul (18º lugar em 2011 graças a vendas de R$ 965,5 milhões em 2010). Com uma estratégia diferenciada, voltada para as classes de renda mais alta e oferta de produtos mais sofisticados, a rede deverá superar R$ 1 bilhão de faturamento este ano. Fonte:Chico Santos
Fonte:valoreconomico17/11/2011

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