25 outubro 2011

Por que o Brasil é atrativo em Saúde?

Apesar de barreiras regularias e distorções entre regiões, o País é umas das principais rotas do capital estrangeiro na AL e as estimativas de crescimento para o setor dirão entre 10 a 12%

Não só o Brasil, mas a América Latina em geral está atraindo investimentos estrangeiros em diversos setores, inclusive o de saúde. Os EUA e Europa já não crescem como antes, o país norte-americano registra crescimento em torno de 3 a 5% por ano no segmento. De acordo com a presidente da empresa americana de Private Equity Warbug Pincus, Cecilia Gonzalo, a falta de inovação, principalmente no mercado farmacêutico, fontes pagadoras mais restritivas e o conservadorismo do FDA são alguns dos motivos dessa desaceleração.

No sentido contrário está a América Latina (AL) registrando de 10 a 15% de crescimento em saúde por ano, com estabilidade econômico e maior previsibilidade, além de movimentos de consolidações importantes.

Segundo Cecilia, as três economias da região que mais têm atraído capital estrangeiro nos últimos 5 anos são Brasil, Colômbia e Argentina.

“O Brasil é atrativo em termos absolutos devido ao tamanho do mercado, dos gastos em saúde, cerca de 9% do PIB, número maior que países emergentes como China e índia. As estimativas de analistas de mercado apontam um crescimento entre 10 a 12% para a saúde ao ano no País, bem acima dos 4 a 6% estimados para o PIB. A previsibilidade econômica se dá pela tendência de aumento da classe média, do envelhecimento da população – as projeções afirmam que até 2020 a população acima dos 65 anos vai triplicar -, e, para completar, pela busca de crescimento orgânico e inorgânico de Pequenas e Médias Empresas (PMEs).

Melhores áreas

O setor de serviços de saúde é o mais promissor, segundo Cecilia, do segmento. Dos US$ 140 bilhões gastos com saúde no Brasil, US$ 120 são destinados para área de serviços. Medical devices e farmacêutico foram outros dois mencionados pela executiva. “A entrada no setor farmacêutico ainda é cara. Interesse de privates equity no segmento ainda não são comparáveis a outros setores, mas a tendência é de avanço”, diz Cecilia.

O presidente da companhia de private equity Advent International, Juan Pablo zucchini, lembrou também o movimento de farmacêuticas nacionais interessadas em investir fora do Brasil, em países como Colômbia, Paraguai, Bolívia, entre outros.

“Outro aspecto importante de ressaltar é de que os grupos que estão se dando bem na AL entendem as peculiaridades de cada país, possuem equipes locais e profissionais com expertise em termos de tecnológicos e regulatórios”, afirma o presidente da Bausch + Lomb, Mariano García Valiño.

Barreiras

Os especialistas listaram alguns desafios que precisam ser transpostos para o sucesso dos investidores no Brasil.
São eles:
  • gestão, entender a regulação do país e para onde está caminhando e também o modelo de negócio;
  • mercado pulverizado; e
  • distorções entre regiões.
“O management no Brasil não é muito flexível. Se as empresas de saúde ficam em regiões afastadas das principais capitais geralmente possuem problemas de gestão”, diz Valiño.

Apesar de alguns obstáculos, é consenso entre os especialistas ouvidos pelo Saúde Web de que as oportunidades sobrepõem-se às dificuldades. Presente e futuro são vistos como promissores.
Fonte:saudeweb25/10/2011

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