De um estreito prédio de três andares no centro de Fortaleza, onde fica sediada a Pague Menos, o empresário Francisco Deusmar de Queirós planeja como enfrentar a consolidação do setor de farmácias brasileiro.
Líder de mercado até julho, a Pague Menos, com faturamento de R$ 2,25 bilhões em 2010, ficou para trás da drogarias DPSP (fusão da carioca Pacheco e da São Paulo) e da Raia e Drogasil em receitas e em pontos de venda. As rivais faturam, respectivamente, R$ 4,4 bilhões e R$ 4 bilhões e têm 700 lojas. A expansão do número de lojas é importante devido à pulverização do setor. Estima-se que existam 62 mil drogarias formais no país. A DPSP, no entanto, hoje a maior rede, tem apenas 12% de "market share".
Para não perder mais terreno, Queirós elaborou uma estratégia que inclui, além de uma oferta inicial de ações (IPO), inaugurar 300 lojas até 2015, ao custo de R$ 1 milhão por unidade. Ao fim do plano de expansão, a Pague Menos atingirá 764 lojas.
A estratégia também prevê a construção de um centro de distribuição em São Paulo e o aumento do número de lojas nas regiões Sudeste e Sul, onde a venda por metro quadrado é maior. Nesses locais, a presença da Pague Menos não é tão forte quanto no Nordeste. tando com 70 lojas.
"O Brasil ainda tem muito espaço para expandir em pontos de venda", diz ele. Segundo Queirós, os recursos para a abertura de novas unidades virão do IPO. Queirós não quis fazer uma previsão de quanto o IPO da Pague menos pode arrecadar.
Mas, de acordo com estimativas do mercado, a captação deve ficar por volta de R$ 800 milhões. Assim, Queirós também prevê aumento de receitas.
"Vamos crescer 28% em 2011, para R$ 2,8 bilhões. Em 2012, atingiremos receita de R$ 3,5 bilhões", diz ele. Segundo Queirós, a intenção é abrir 25% do capital da Pague Menos na oferta inicial pública de ações. A previsão é que o IPO ocorra no terceiro semestre de 2012. "Acredito que até lá o mercado de ações vai estar mais calmo."
Para Celso Ienaga, sócio-diretor da Dextron Management, a entrada da Pague Menos na Bolsa vai fortalecer seu poder de barganha com os fornecedores e evitar que a rede seja absorvida por grupos maiores. FELIPE VANINI BRUNING
Fonte:folhadesp28/10/2011
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