Um plano de expansão agressivo está na mesa do CEO da rede de academias Runner. Peter Thomas lidera um projeto para a empresa dobrar de tamanho até dezembro de 2012, avançar a outros Estados além de São Paulo e do Distrito Federal, e alcançar 70 lojas com faturamento de R$ 230 milhões em 2014. Em 2010 o faturamento foi de R$ 47 milhões, e a previsão é fechar 2011 na casa dos R$ 70 milhões. O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebtida) ficou em 20% do faturamento em 2010 e deve passar para 30% em 2011.
Hoje a empresa conta com 18 unidades (13 na Grande São Paulo, quatro no interior do Estado e uma em Brasília). Mais dez, licenciadas, serão abertas até março, incluindo uma em Natal (RN) e outra em Belém (PA). A Runner passou por uma crise financeira entre 2001 e 2003, cancelou o plano de abrir capital e hoje não recebe mais investimentos de fundos - em 2003, o fundo Eagle saiu do negócio, depois de três anos no negócio.
A Runner foi fundada em 1983 por Mario Sérgio Moreira e José Otávio Marfará. Moreira continua como principal acionista e Marfará deixou a operação para trazer ao Brasil a academia Reebok.
Desde 2007, a Runner atua com o modelo de expansão por licenciamento: vende a marca e a maneira de operar, oferece suporte técnico, comercial e administrativo. Das 18 unidades em operação, oito são próprias e dez, licenciadas. "Se o empresário estivesse sozinho, não ia conseguir fazer esse tipo de academia", diz o CEO, observando que "o pior case dentro da rede tem agora o dobro de faturamento do que antes de ser Runner". Os custos para ter a marca variam de acordo com a localização e a infraestrutura da academia antiga. Além de bancar a troca da bandeira, o licenciado paga royalties de 7,5% das vendas.
A rede tem 1.500 funcionários e deve chegar a 2.000 até março de 2012 devido às dez novas academias. A carteira de clientes ativos está em 35 mil e, segundo Thomas, deve passar para 37 mil nos primeiros meses das novas lojas. A expectativa é que os clientes somem 60 mil no fim de 2012.
De acordo com o CEO, o foco vai continuar sendo nas classe A e B. "Estamos aí para pegar a elite com preços competitivos. Queremos segmentar, mas não estamos voltados para a [classe] AAA". O tíquete-médio da rede é de R$ 180; a mensalidade em Mogi das Cruzes, por exemplo, sai por R$ 149, enquanto em áreas nobres de São Paulo gira em torno do R$ 300.
De acordo com dados levantados pela IHRSA (entidade internacional de fitness) e fornecidos pela Acad (associação de academias no país), há 5,4 milhões de pessoas matriculadas em 18.195 academias no Brasil, e o setor deve movimentar US$ 2,1 bilhões neste ano. Por Letícia Casado
Fonte:Valor04/10/2011
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