O Interpublic — um dos principais grupos mundiais de comunicação e marketing — vai anunciar hoje a aquisição do controle da S2 Publicom, agência de comunicação que surgiu em 2010, a partir da fusão das brasileiras S2 e Publicom. Os detalhes financeiros do acordo, no entanto, não foram revelados.
Sob o novo desenho, antecipado pelo Valor, os quatro sócio-fundadores da S2 Publicom vão manter uma participação minoritária no negócio. José Luiz Schiavoni continuará como executivo-chefe. Os demais sócios — Luciana Gurgel, Aldo de Luca e Ronaldo de Souza — permanecem no conselho de administração da empresa e vão atuar no dia a dia da operação em projetos especiais.
Schiavoni destaca o fato de a agência se tornar a subsidiária de um dos grandes grupos do setor. Em 2010, o Interpublic reportou uma receita de US$ 6,53 bilhões, alta de 8,4% frente ao resultado de 2009. “No mesmo período, a S2 Publicom cresceu mais do que o mercado local e a projeção é manter esse ritmo em 2011”, afirma ele.
Segundo a Associação Brasileira das Agências de Comunicação (Abracom), o mercado brasileiro de comunicação empresarial movimentou cerca de R$ 1,5 bilhão em 2010, um crescimento de 25% comparado ao ano anterior.
A aquisição marca o primeiro investimento direto do Interpublic no mercado latino-americano de relações públicas. Até então, o grupo americano atuava na região por meio de uma rede de agências afiliadas, com parcerias que não envolviam participação acionária.
No Brasil, esse mesmo modelo foi adotado há cerca de dez anos com a própria Publicom, que operava como parceira local da Weber Shandwick e da Golin Harris, as duas principais agências de comunicação empresarial do Interpublic. Posteriormente, a aliança se estendeu à S2 Publicom.
“Foi um noivado longo, mas para que um casamento aconteça, existem considerações a serem feitas pelos dois lados”, diz Laura Schoen, diretora para a América Latina da Weber Shandwick, a quem Schiavoni se reportará diretamente. Ela diz acreditar que foi o tempo necessário para ter certeza de que as filosofias eram semelhantes. “Queríamos uma agência local, mas com pensamento global”, acrescenta.
Luciana Gurgel brinca que o cupido da história foi o McDonald’s. A rede de fast food é atendida pela S2 Publicom na América Latina e globalmente pela Golin Harris. “Eles nos descobriram e, desde então, iniciamos as conversações, que ganharam força a partir de 2007”, conta.
Em outra frente, o crescimento da relevância do Brasil no contexto econômico mundial e, por consequência, nas estratégias dos clientes contribuiu para acelerar esse processo. “Entendemos que era a hora certa de atuar efetivamente no país”, diz Harris Diamond, executivo-chefe do Constituency Management Group, divisão do Interpublic que abrange negócios como relações públicas, eventos e marketing esportivo.
A ideia é tornar o Brasil o centro das operações de relações públicas do grupo na região. “É uma demanda natural do próprio mercado.
A maioria das empresas globais pede que o atendimento regional seja coordenado a partir do Brasil”, diz Laura. Ela ressalta que esse foi outro aspecto decisivo para a escolha do investimento na S2 Publicom, pelo fato de a agência brasileira já ter experiência nesse modelo de atendimento para clientes como o próprio McDonald’s e a taiwanesa HTC.
A proposta é acompanhar o processo de expansão das companhias brasileiras e latino-americanas em outros mercados. “Além disso, queremos criar sinergias e novos negócios com outras empresas do grupo presentes no país”, observa Laura, citando companhias como a Future Brand, de publicidade, e a Octagon, de marketing esportivo.
Com três escritórios e uma rede de 21 afiliadas no Brasil, a carteira da S2 Publicom conta com cerca de 70 clientes. Desse total, 15% são contas globais, como a Hewlett-Packard (HP), atendidas por meio da parceria já existente com o Interpublic. Outros 40% são clientes globais atendidos apenas pela S2 Publicom e os 45% restantes são clientes locais. Por Moacir Drska
Fonte:valoreconomico26/09/2011
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