21 setembro 2011

Hill planeja expansão de sua subsidiária brasileira.

Após entrar no país em fevereiro com a aquisição da empresa brasileira de gestão de obras Engineering, a americana Hill International planeja dobrar o número de engenheiros e técnicos de sua subsidiária em até cinco anos.

Segundo o presidente global da Hill, Irvin Richter, o objetivo do investimento é tornar a controlada apta a participar dos grandes projetos de infraestrutura em desenvolvimento no país. “Queremos os maiores projetos”, diz.

Com faturamento de R$ 78 milhões em 2010, a Engineering não conseguia estar em grandes obras por não ter recursos suficientes, de acordo com ele. “Aumentar o número de funcionários é um meio de se atenuar esse problema”, analisa.

Ele não informa números do investimento, mas diz que a americana aplicará nas operações brasileiras “o quanto for necessário”. De capital aberto nos Estados Unidos, a Hill tem como principal negócio o gerenciamento de obras de infraestrutura e do setor imobiliário. Em 2010, registrou faturamento de US$ 451,8 milhões (R$ 810 milhões).

Atualmente, a América do Sul representa apenas 5% do faturamento da Hill, segundo Richter. Dentre as três Américas, Estados Unidos e México concentram a geração de receitas da companhia. “Com certeza queremos aumentar a expressão da América do Sul no faturamento global. Por isso escolhemos entrar no país com o melhor mercado para nosso negócio”, diz.

A participação da Engineering em grandes obras já vinha se intensificando mesmo antes de ter vendido 60% da composição acionária para a Hill. Até os anos 2000, a companhia brasileira com hoje 35 anos concentrava sua atuação na gestão de obras e consultoria em empreendimentos imobiliários, comerciais (como supermercados) e fabris (como em algumas unidades da Ambev). Há cerca de dez anos, no entanto, começou a se envolver de forma mais frequente em projetos de complexidade maior. Atuou, por exemplo, no gerenciamento das obras de instalações do Centro Regional de Ciências Nucleares, em Recife (PE). Nos últimos quatro anos, participou também de projetos de usinas de energia eólica e termelétrica.

A compra da brasileira foi o modo mais rápido encontrado pela Hill para aproveitar o crescimento do mercado de construção imobiliária e de obras de infraestrutura no Brasil e em outros países da América Latina. A atitude de se fortalecer em países emergentes coincide com a de grande parte das empresas globais no atual cenário de arrefecimento mundial.

Mas se na maioria dos casos as empresas querem fugir da desaceleração econômica nos Estados Unidos e na Europa e fortalecer a presença em regiões como as dos Brics (grupo composto por Brasil, Rússia, Índia, China e, mais recentemente, pela África do Sul), a Hill prefere estar nos dois – os de demanda alta e os de possível recessão.

Isso porque uma das duas unidades de negócios (batizada de Construction Claims) da empresa tem com objetivo prestar consultoria em disputas, inclusive jurídicas, de companhias envolvidas em grandes obras – o que, segundo o presidente da Hill, ocorre com frequência em países em desaquecimento.

Segundo ele, o motivo é que quando há uma desaceleração, pode ocorrer situações como atraso ou falta de pagamento às empresas, quebras de contrato e outras consequências. “Isso gera uma quantidade enorme de reivindicações dos diferentes envolvidos nos projetos, como companhias de arquitetura e de engenharia, por exemplo”.

Em 2010, a unidade Construction Claims representou 25% do faturamento. Nos últimos anos, o auge foi em 2007 (quando começou a crise americana), quando chegou a 33,6% das receitas.

A região onde esse segmento tem apresentado grande crescimento é o Oriente Médio. “Temos várias disputas lá, como em Dubai, o que é um claro sinal de desaceleração”, analisa. Os países da região, seja nos momentos bons ou nos ruins, são bons clientes para a empresa. Eles já chegaram a representar quase 40% do faturamento da empresa, em 2006. Hoje, representam 27%. A empresa participa, inclusive, de obras na Líbia e em projetos de reconstrução do Iraque.
Fonte:valoreconômico21/09/2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário