A gestão de talentos será o fator de maior relevância para as organizações brasileiras até 2013. A tendência foi apontada pelo estudo Turn Risks and Opportunities into Results – Exploring the Top 10 risks and Opportunities for Global Organizations, realizado pela Ernst & Young e que aponta os dez principais fatores de risco e oportunidades para os negócios.
No ranking global, porém, o quesito aparece em terceiro lugar, com índice de impacto para 2013 de 6,2 – numa escala que vai de 1 (pouco impacto) a 10 (muito impacto). No Brasil, o índice é de 7,5.
E o Brasil não está sozinho nessa “guerra por talentos”. A busca por bons profissionais parece impactar a maioria dos setores pesquisados, além dos demais mercados emergentes, como China, Índia e África do Sul.
A tendência é que a “fuga de cérebros” não se reverta no curto prazo, mostrando que mesmo a volta de talentos para seus países de origem, registrada por países como China e Índia, não foi suficiente para suprir a necessidade de trabalhadores nesses mercados que crescem em ritmo forte.
De acordo com o estudo, de forma global, a ausência de pessoas com a qualificação necessária é o item que mais contribui para reforçar os riscos relacionados à gestão de talentos nas organizações globais. “Isso se deve, em parte, a problemas históricos no sistema educacional, não privilegiando a formação técnica e qualificação profissional.
Outros fatores que dificultam a gestão de pessoas são a falta de foco no gerenciamento de profissionais e a crescente competição global por talentos, especialmente em países emergentes ainda pouco afetados pela crise global”, explica José Carlos Pinto, sócio de consultoria da Ernst & Young Terco.
Outros fatores que também preocupam as organizações brasileiras, segundo as previsões para 2013, são:
regulação e compliance (7,2);
inovação tecnológica (7,1);
corte de custos (6,8);
pressão por preços (6,4);
acesso ao crédito, que empata com
intervenção do Estado na economia (5,9);
risco de mercado (5,7);
riscos relacionados à responsabilidade social empresarial (5,1); e, por fim,
os riscos associados à economia(4,7).
Ranking global de riscos-
Em primeiro lugar no ranking geral das dez maiores ameaças para os negócios está regulação e compliance (6,6), seguido pelo vice, corte de custos (6,3). “A busca por soluções para as recentes turbulências na economia mundial, tais como a crise da dívida na Europa e o fraco desempenho da economia nos Estados Unidos, pode alavancar ainda mais o temor em relação à regulação e à necessidade de corte de custos para minimizar o impacto da crise nos negócios”, afirma José Carlos Pinto.
Completando a lista, aparecem ainda: gestão de talentos (6,2), pressão por preços (6,0), inovação tecnológica (5,9), riscos de mercado (5,5), intervenção do Estado na economia (5,3), riscos ligados à responsabilidade social empresarial (4,9), lenta recuperação (ou “recessão”, com 4,6) e acesso ao crédito (4,3).
Entre os fatores que podem aumentar o risco de regulação e compliance, o estudo aponta pressões regulatórias – especialmente para setor bancário e o de biociências, nova legislação e pressão da opinião pública. Para minimizar os problemas com regulação e compliance, a pesquisa aponta investimentos em relacionamento com o governo e rápida implementação das novas exigências. “As empresas buscam ter o Governo como parceiro em novos investimentos, incluindo projetos de pesquisa e desenvolvimento”, explicou o sócio da Ernst & Young Terco.
Em segundo lugar na lista global, a pressão pelo corte de custos afetará, em 2013, principalmente o setor da administração pública. Nesse quesito, o Brasil acompanha Itália, países do Oriente Médio e Reino Unido, ao classificar o item como fator de alto impacto. Restrições legais à flexibilidade de corte de custos e pressões políticas aumentam os riscos, segundo a análise da Ernst & Young.
Ao comparar as duas listas (Brasil e global), notam-se algumas diferenças nas previsões para 2013. Além de gestão de talentos, a inovação tecnológica, que aparece em quinto lugar na lista global, é, para o Brasil, mais um ponto de preocupação, apresentando índice de 7,1 (terceiro lugar). “Os principais desencadeadores desse fator são ausência de uma cultura de inovação e investimentos insuficientes no setor”, comentou José Carlos Pinto.
O Brasil também difere do ranking mundial quando se trata de acesso ao crédito: enquanto a previsão geral para 2013 apresenta um índice de 4,3, o Brasil tem um índice bem maior, de 5,9. “Apesar de beneficiados por iniciativas recentes de estímulo, nossos principais agentes econômicos ainda se deparam com elevadas taxas (spread bancário) e burocracia para a obtenção de crédito, principalmente quando comparamos com o cenário de economias mais desenvolvidas. Ainda há espaço para crescimento dos níveis de crédito em relação ao PIB”, conclui.
As dez oportunidades-
O estudo ainda traz itens destacados pelas companhias globais como as dez maiores oportunidades para os negócios. O Brasil, de uma forma geral, é fortemente impactado pela maioria dos quesitos.
Em primeiro lugar, foi citado pelo estudo da Ernst & Young a melhora na execução de estratégias dentro da empresa. Nesse ponto, a ação mais bem-sucedida é o fortalecimento da comunicação estratégica.
Em segundo, aparecem investimento em processos, ferramentas e treinamento.
Investimento em TI aparece no estudo em terceiro. Em ambos os casos, o principal desafio enfrentado por companhias globais é o orçamento insuficiente para atingir seus objetivos.
A lista das 10 maiores oportunidades segue ainda com inovações em produtos, serviços e operações (4º lugar) e crescimento da demanda em mercados emergentes (5º lugar). Neste caso, Brasil, Índia e China – exemplos de mercados emergentes com grande população – contribuem diretamente para as oportunidades encontradas pelas organizações globais.
A lista contém ainda investimento em tecnologia limpa (6º), excelência na relação com investidores (7º), novos canais de marketing (8º), fusões e aquisições (9º) e parceria público-privada (10º).
Ernst & Young Terco - é líder global em serviços de auditoria, impostos, transações corporativas e consultoria.
Fonte:revistafator30/09/2011
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