SÃO PAULO - O valor de R$ 3,95 bilhões pagos pela Kirin por 50,45% da Schincariol não incluem a dívida da empresa, segundo o advogado João Ricardo de Azevedo Ribeiro, do escritório Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados, que assessoraram Adriano e Alexandre Schincariol. Os dois são donos da Aleadri-Schinni, empresa que detém os 50,45% da cervejaria Schincariol e que foi vendida anteontem para a Kirin.
“Esse valor foi pago em dinheiro e não tem nada a ver com a dívida, embora a Kirin agora tenha se tornado acionista de uma empresa endividada”, explica ele. Isso, porém, diz o advogado, não quer dizer que a japonesa tenha assumido os débitos da cervejaria brasileira.
No balanço publicado em 31 de março pela Schincariol Participações e Representações (que engloba todas as empresas do grupo Schincariol) as dívidas financeiras da empresa somavam um montante líquido de R$ 828,5 milhões (empréstimos de curto e longo prazo, descontado o caixa da empresa).
Além disso, em nota explicativa no mesmo balanço, a cervejaria e suas controladas tinham "perdas possíveis não provisionadas" que "têm ainda ações de natureza trabalhista, cível e tributária (...) nos montantes de R$ 127,3 milhões (trabalhista), R$ 185,9 milhões (cível) e R$ 1,790 bilhão (tributária)". Todas essas pendências juntas somam R$ 2,932 bilhões.
No acordo feito com a Schin, a Kirin ainda poderá receber mais R$ 100 milhões, conforme o desempenho da cervejaria no ano cheio de 2011.
Fonte:Valor03/08/2011
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