A fabricante indiana de agrotóxicos genéricos (também chamados de pós-patente) United Phosphorus Limited (UPL) acaba de fazer a segunda investida em menos de quatro meses no Brasil. Por US$ 150 milhões, a empresa adquiriu 51% de participação na subsidiária brasileira do grupo alemão DVA.
Em abril, os indianos anunciaram um acordo para adquirir os 50% de participação da italiana Isagro na joint venture que mantinha com a compatriota Sipcam no Brasil, também na área de agroquímicos pós-patente.
A UPL é a maior empresa de defensivos da Índia, com faturamento de US$ 1,4 bilhão e ações negociadas na bolsa de Mumbai, mas engatinha naquele que deverá ser o maior mercado de agrotóxicos do mundo ainda em 2011.
A companhia tem um escritório no Brasil desde 2003, mas enfrenta dificuldades para registrar e distribuir seus produtos. No ano passado, a receita obtida no país com produtos importados foi de apenas US$ 35 milhões. A fim de acelerar esse passo e eliminar as "barreiras à entrada", os indianos decidiram ir às compras.
"A expertise na obtenção de registros foi o que mais nos atraiu na DVA Brasil", afirma Bharat Dutia, diretor de desenvolvimento de negócios globais da UPL. No Brasil desde 2005, a DVA registrou 18 agrotóxicos e aguarda pela aprovação de outros 82. Já os indianos têm 15 produtos registrados no país e outros 15 na fila dos órgãos reguladores.
Dutia disse que as parcerias com a DVA e a Sipcam serão operações "totalmente separadas" e que a UPL não descarta novas aquisições no País. "Estamos observando o mercado e conversando com as pessoas. Estamos extremamente comprometidos em investir no Brasil."
Os US$ 150 milhões, pagos à vista, serão investidos na capitalização da empresa e na compra de parte da participação dos atuais acionistas, que ficarão com 49% da companhia. Quando a operação for concluída, a marca DVA Brasil deixará de existir, e a empresa passará a se chamar UPL Brasil.
O CEO do grupo alemão, Matthias Damm, disse que o investimento indiano vai possibilitar à companhia acelerar o ritmo de expansão de seus negócios no Brasil. "Investimos muito nos últimos anos, mas decidimos chamar a UPL para maximizar nosso resultado", afirma. Em 2010, a DVA faturou cerca de US$ 130 milhões. Com os novos sócios, o objetivo é elevar essa cifra para US$ 600 milhões até 2016.
"Atualmente, os cinco grandes players do setor de defensivos detêm cerca de 60% do mercado brasileiro. Em cinco anos, esperamos estar nesse grupo", empolga-se Carlos Pellicer, diretor-presidente da DVA Brasil, que seguirá no comando da companhia. Trata-se de uma meta ambiciosa. Hoje, a empresa detém menos de 2% de participação no mercado brasileiro de agrotóxicos, que deve movimentar perto de US$ 8 bilhões em 2011.
Ao todo, a DVA informa ter investido cerca de R$ 100 milhões desde que começou a operar no país. A empresa tem fábrica em Ituverava, no interior de São Paulo, com capacidade para produzir até 60 milhões de litros de defensivos, além de 180 funcionários.
De acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag), os agroquímicos genéricos responderam por mais de 70% das 791 mil toneladas comercializadas no ano passado. No entanto, as empresas que vendem produtos protegidos por patentes abocanharam quase 60% do faturamento do setor.
Fonte:suinoculturaindustrial27/07/2011
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