21 julho 2011

Hypermarcas não tem planos de fazer aquisições, diz diretora

Segundo Gabriela Garcia, diretora-executiva da empresa, agora "é hora de arrumar a casa"

São Paulo - A Hypermarcas SA não tem planos de fazer aquisições este ano e vai se concentrar na consolidação de empresas compradas e relançamentos de marcas, disse Gabriela Garcia, diretora-executiva da empresa.

“Fizemos 25 aquisições em dois anos”, disse ela em entrevista hoje em São Paulo. “Agora é hora de arrumar a casa. A Hypermarcas sempre relança as marcas que compra.”

As aquisições da Mabesa do Brasil Ltda e Mantecorp Indústria e Química e Farmacêutica SA pela Hypermarcas, finalizadas no primeiro trimestre, elevaram o valor total potencial de sinergias para as duas primeiras fases de integração - quando a empresa absorve a mão-de-obra e ajusta o processo industrial - de R$ 115 milhões para R$ 257 milhões, segundo a diretora. Desse total, R$ 156 milhões já tinham sido implantados até o final do primeiro trimestre, disse ela.

A Hypermarcas realizou 28 aquisições desde o início das atividades da companhia em 2001 e o faturamento pulou de R$ 346 milhões em dezembro de 20005 para R$ 3,2 bilhões no fim de 2010, de acordo com Gabriela Garcia. A companhia investe anualmente 10 por cento do faturamento em marketing para promover e relançar marcas de consumo nos segmentos de higiene pessoal, alimentos, medicamentos e estética.

Mabesa e Mantecorp

A diretora-executiva da Hypermarcas disse que nesse ano o foco principal da Hypermarcas é a integração das últimas duas companhias adquiridas: a Mabesa e a Mantecorp.

Segundo a executiva, 70 por cento dos ganhos de sinergias anuais foram antecipadas para esse ano, no valor de R$ 100 milhões. Na Mabesa, as reestruturações de gestão e administração estão totalmente implantadas. Na Mantecorp, a empresa finalizou a reestruturação das áreas administrativas e de visitação médica.

“Ninguém faz aquisições e consolida na velocidade com que a gente consegue fazer”, disse Gabriela Garcia, em entrevista em São Paulo. “Nós sabemos fazer porque emendamos uma atrás da outra”.

O Brasil registrou 489 transações de fusões e aquisições em 2010, avaliadas em US$ 146,7 bilhões, segundo dados da Bloomberg. Foi o maior valor e a maior quantidade de operações em pelo menos 12 anos, puxadas pela expansão econômica de 7,5 por cento no ano passado, a mais forte em mais de duas décadas.

Ativos caros

A diretora executiva da Hypermarcas diz que os preços dos ativos no Brasil subiram. Ela aponta que a maior presença de investidores estrangeiros e de fundos de private equity puxaram para cima os valores de marcas e companhias no País. Mas o crescimento da economia justifica os múltiplos maiores.

“O varejo quer crescer mais de 20 por cento todo ano, não dá, mas quando a gente fala com os nossos investidores estrangeiros eles estão satisfeitíssimos com uma taxa de 10 por cento”.

No final do primeiro semestre, o índice MSCI Emerging Markets Consumer Staples atingiu o valor equivalente a 19 vezes a estimativa de lucro de seus componentes, ou 57 por cento a mais do que o índice MSCI All-Country World. Essa é a maior diferença desde janeiro de 2006.

A última vez que esse prêmio passou de 50 por cento, em agosto de 2010, o índice de consumo de emergentes recuou e ficou 16 pontos percentuais abaixo do índice mundial de ações em seis meses.

As ações da Hypermarcas fecharam o pregão da terça-feira com queda de 2 por cento, a R$ 13,03, na BM&FBovespa.
Fonte:Exame20/07/2011

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