22 julho 2011

Aberturas de capital no mundo cresceram 39% no segundo trimestre.

São Paulo – O valor captado em todo o mundo por operações de abertura de capital aumentou 39% no segundo trimestre de 2011, quando comparado ao do primeiro trimestre deste ano.

Em relação ao mesmo período de 2010, observou-se um aumento de 38%, segundo dados divulgados pelo estudo Q2 2011 Global IPO Update, produzido pela Ernst & Young. Durante o segundo trimestre de 2011, foram realizados 378 IPOs, totalizando uma captação de recursos da ordem de US$ 64,61 bilhões. Os mercados emergentes são destaque. Nos países do BRIC houve 125 aberturas de capital com um volume de US$ 24,8 bilhões.

“A Ásia foi responsável pelo aquecimento do mercado, contabilizando 173 operações, que levantaram US$ 25,3 bilhões”, informa André Viola Ferreira, sócio para mercados emergentes da Ernst & Young Terco. Só essa região recebeu 40% do valor global angariado. Em seguida se encontram Europa, Oriente Médio e África (34%); América do Norte (18%); e América Central e do Sul (8%).

Os três setores que mais colaboraram para os resultados globais foram materiais, que engloba metais, mineração, produtos químicos, material de construção, contêineres e embalagens, papel e celulose, com US$ 15,5 bilhões; industrial, com US$ 7,5 bilhões; e energia, com US$ 6 bilhões. Esses segmentos foram responsáveis por 45% do valor. Os três setores, junto com o de tecnologia, vêm alavancando a revitalização das aberturas de capital na Europa e na América do Norte.

Por conta da expectativa de alto crescimento, a abertura de capital de empresas de Internet tem alavancado o mercado norte-americano em 2011. Já a demanda para setores não tecnológicos vem se mostrando bem menor. Das 46 operações realizadas nas bolsas de valores dos Estados Unidos, em um total captado de US$ 13,8 bilhões, 14 acordos foram de empresas de tecnologia, movimentando US$ 4,9 bilhões.

O maior IPO do setor de tecnologia neste segundo trimestre foi o realizado pela empresa que criou o mecanismo de busca mais popular da Rússia, o Yandex. A abertura da capital, feita na Nasdaq, levantou US$ 1,43 bilhão. “A revolução nos sites de relacionamento determinará o preço dos IPOs das mídias sociais. A maior expectativa, como não poderia deixar de ser, é em relação ao Facebook”, diz Ferreira.

O Brasil liderou a captação na América do Sul, sendo responsável por operações que somaram US$ 2 bilhões (3,1%), seguido de Argentina (US$ 1,4 bilhão) e Chile (US$ 1,1 bilhão). Neste ano, já ocorreram 10 IPOs no país, sendo que no ano passado, foram realizadas 11 operações durante todo o ano. No Brasil, são esperadas 30 operações com captação média de US$ 500 milhões em 2011.
Fonte:DCI22/07/2011

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