21 dezembro 2020

Linker recebe aporte e esquenta a disputa pelas contas digitais das PMEs

Com a rodada de R$ 12 milhões, que contou com a participação de investidores como Darwin Capital e Marcelo Sampaio, fundador da gestora Hashdex, o banco digital ganha fôlego para competir na nova arena dos bancos digitais: a pessoa jurídica

Original, C6 e Inter foram alguns dos nomes que ocuparam espaço no mercado financeiro ao centrarem suas armas na disputa com os grandes bancos pelas contas de pessoas físicas. Agora, uma nova leva de bancos digitais promete intensificar as batalhas pela preferência dos clientes pessoa jurídica.

Fundada em 2019, a Linker é uma das expoentes entre os bancos digitais dedicados exclusivamente aos CNPJs, nesse caso, as pequenas e médias empresas. E acaba de ganhar um reforço para o combate nesse novo front, com a captação de um investimento de R$ 12 milhões.

Primeiro aporte recebido pela startup desde a sua criação, a rodada contou com a participação do fundo Darwin Capital e de nomes como Marcelo Sampaio, fundador da gestora Hashdex, e Roberto Nishikawa, ex-diretor do Itaú Unibanco, além de outros investidores individuais e family offices.

“Nós entendemos que já tínhamos uma trilha percorrida e um norte para mostrar”, diz David Mourão, cofundador e CEO da Linker, em entrevista exclusiva ao NeoFeed. “Com a velocidade que nós estamos e mais o capital, vamos ampliar ainda mais o resultado que fizemos em um ano.”

Desde que entrou em operação, em novembro de 2019, a Linker atraiu 20 mil clientes. Com foco em empresas que faturam entre R$ 100 mil e R$ 4,8 milhões, a fintech oferece conta gratuita, aberta em menos de 24 horas, cartão de crédito físico e virtual e um leque de serviços direcionado a esse perfil.

Um dos planos com o aporte é ampliar esse portfólio. A primeira fronteira a ser explorada, com produtos próprios e parcerias, são as soluções de crédito. As áreas de seguros e de câmbio também estão em avaliação. Nesses casos, porém, a oferta estará restrita a produtos de terceiros.

“Nem tudo precisa vir da gente, não precisamos ser puros-sangues”, afirma Mourão. “Nosso plano é ser um hub de soluções financeiras, que seja capaz de atender todas as necessidades desse cliente das PMEs.”

Para facilitar a vida do pequeno empresário e já de olho nas trilhas abertas pelo open banking, a Linker quer também reforçar as integrações com empresas de sistemas de gestão empresarial (ERP) e contabilidade online voltadas a esse público. Hoje, a startup já está integrada aos sistemas de companhias como MarketUP, Conube, Qipu, Agilize e ContabilOn.

Essa abordagem também dá o tom nos acordos que a Linker mantém para oferecer acesso a serviços de terceiros com descontos. A fintech tem, por exemplo, uma parceria com a Amazon Web Services (AWS), com créditos para o uso de produtos e serviços em computação em nuvem.

A lista de parceiros inclui ainda empresas como ClickSign, de assinatura digital; iFood, para a oferta de benefícios a funcionários; NuvemShop, de montagem de lojas virtuais; e Kangu, para serviços de logística.

Desde que entrou em operação, em novembro de 2019, a Linker atraiu uma base de 20 mil clientes

A fintech também planeja ampliar seu time, com prioridade para áreas como tecnologia, atendimento, comercial e marketing. Até então pouco explorado, esse último segmento também começará a ganhar peso, com o investimento em campanhas digitais.

Arena concorrida

A Linker começou a ser desenhada em 2018, quando Mourão retornou ao Brasil, depois de uma temporada de oito anos em Nova York, onde atuou como executivo do Itaú Asset Management e da Vinci Partners.

Decidido a empreender, ele estava atento à onda de novos bancos digitais voltados à pessoa jurídica que surgia nos Estados Unidos e na Europa. Entre eles, o britânico Starling Bank, fundado em 2016, e que já captou £ 363 milhões em investimentos.

Outro nome é a Brex, fundada pelos brasileiros Henrique Dubugras e Pedro Franceschi, em 2017, que já atraiu US$ 732,1 milhões de investidores como Credit Suisse e Barclays.

“No Brasil, ninguém estava olhando para esse espaço”, diz Mourão. Ou melhor, quase ninguém. Logo, Ingrid Barth e Daniel Benevides se juntaram ao projeto. Ex-JP Morgan, Ingrid havia ajudado a estruturar a área de PJ do Neon, que tinha, por sua vez, Benevides entre seus fundadores.

Apenas dois anos depois, essa arena começa a chamar cada vez mais atenção. E se ainda está longe das cifras levantadas pelo Starling Bank, o fato é que o modelo também já está despertando o interesse dos investidores.

Há pouco mais de uma semana, a Conta Simples, fundada em 2018, recebeu um aporte de US$ 2,5 milhões. A rodada foi liderada pelo fundo Quartz e teve a participação de fundos como FJ Labs e Domo, e do trio de ex-sócios da XP, formado por Marcelo Maisonnave, Eduardo Glitz e Pedro Englert.

A Cora, por sua vez, já captou US$ 10 milhões junto aos fundos Kaszek e Ribbit. A startup foi criada em 2018, pelos fundadores da Moip, empresa de pagamentos comprada pela alemã Wirecard, em 2016.

Mais focado em grandes empresas e com investidores como Iporanga Ventures e Y Combinator, o Stark Bank também engrossa essa lista.

A lista de bancos digitais que investem nesse espaço no mercado brasileiro inclui nomes como Cora, ContaSimples e Starkbank

“Acredito que 2021 vai ser o ano desses novos bancos digitais”, diz Bruno... Por  Moacir Drska Moacir Leia mais em neofeed 21/12/2020;


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