Investimentos em plataforma de logística deve chegar a R$ 300 milhões até 2021
Um ano após vender a operadora logística AGV para um braço da mexicana Femsa, o empresário Vasco Oliveira está de volta. Agora como sócio da gestora Tarpon, lidera a construção de uma plataforma de tecnologia em logística que prevê investir R$ 300 milhões até 2021. A aposta é que, em alguns anos, a iniciativa esteja pronta para ir à bolsa.
A empreitada da Tarpon teve início ontem, com a compra do controle da Buonny, que oferece tecnologia para ajudar no gerenciamento de riscos de cargas pesadas. A escolhida reúne características como receitas recorrentes – cerca de 90% do faturamento de R$ 100 milhões -, margens altas e geração de caixa.
Fundada em 1995, a Buonny tem como carro-chefe o maior cadastro e histórico de viagens de caminhoneiros do país. O produto atende 13 mil clientes, de grandes varejistas a petroquímicas, e conta com 1,8 milhão de motoristas de caminhão cadastrados, o que a coloca na liderança desse mercado. No Brasil, há 2,5 milhões de veículos dedicados ao transporrte de carga.
Num país de transporte baseado em caminhões e alta taxas de roubos de cargas – o Brasil só fica atrás do México nesse quesito -, tecnologias que inibam práticas criminosas e tornem a gestão da frota mais eficiente apresentam potencial de crescimento. O desenvolvimento de inteligência artificial e as possibilidades do 5G também animam a Tarpon na nova investida.
De origem paulistana, a Buonny também possui um serviço de monitoramento de cargas de alto valor que, no ano passado, acompanhou R$ 400 bilhões em cargas por 700 mil quilômetros. Com rastreadores e, mais recentemente, um aplicativo desenvolvido para o caminheiro, a empresa reduziu o índice de roubo de carga dos clientes. No futuro, os produtos da Buonny poderão ser exportados para América Latina e mesmo para os Estados Unidos.
Com o investimento da Tarpon, que não teve valor revelado, os dois fundadores da Buonny, Cyro Buonavoglia e Eliel Fernandes, se tornam sócios de uma holding batizada como Niche Logística. É essa holding que concentrará investimento da gestora em tecnologias para logística incluindo outros negócios que serão comprados pela Tarpon. A intenção inicial é investir cerca de R$ 300 milhões na plataforma até o próximo ano, mas uma nova rodada deverá ser feita depois de 2021.
Em entrevista ao Valor, Oliveira afirmou que o modelo de sociedade adotado foi o que atraiu os dois empreendedores. Na prática, Buonavoglia e Fernandes vão partilhar com a Tarpon os ganhos de toda a plataforma, e não só os lucros advindos da crescimento da Buonny.
“Acreditamos muito em alinhar os interesses. Por isso, estamos trazendo os sócios para holding”, disse o executivo responsável pela Niche. Segundo Buonavoglia, ser sócio da plataforma também fez diferença para a escolha da Tarpon como parceira – outros fundos, com viés puramente financeiro, chegaram a sondar a Buonny, afirmou ele. Na Niche, Buonavoglia fará parte do conselho, enquanto Fernandes seguirá como o CEO da companhia.
De acordo com Oliveira, “a cereja do bolo” da estratégia de plataforma é a oportunidade de utilizar as diferentes bases de dados – da Buonny e das futuras investidas – para oferecer novos serviços. ... Leia mais em – Valor Econômico Leia mais em clippingdotblog 01/12/2020
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