Mesmo com a pandemia, a Bossa Nova Investimentos manteve o foco no crescimento. A investidora de Venture Capital encerrou o ano com 80 aportes realizados, o maior número da indústria. Nos últimos 4 anos, foram 713 investimentos feitos em startups. O objetivo é chegar a mil empresas no portfólio no final de 2021. João Kepler, Diretor da Bossa Nova Investimentos, está otimista com a evolução das startups e a perspectiva de maior participação de investidores internacionais nas rodadas de investimento. A seguir a entrevista que o executivo concedeu à ABVCAP.
Como podemos explicar os bons resultados do Venture Capital no Brasil em 2020, dado o cenário de incertezas macroeconômicas e crise em diversos setores?
O Venture Capital é um movimento anticíclico. Quando o mercado fica incerto, o investimento em tecnologia avança. Já vimos isso em outros momentos de crise mundial e agora não seria diferente. Startups promovem avanços tecnológicos, geram economia de recursos e abrem novos mercados. Exatamente o que todos estão procurando agora.
Neste ano, os IPOs de startups entraram na pauta do mercado de ações brasileiro, como vocês enxergam essa tendência?
Essa é uma porta que até poucos anos era apenas um sonho para muitas startups. O caminho mais natural era a saída dos fundos ou seguir acumulando rodadas. Hoje, ter cada vez mais startups na Bolsa é mais que desejável, é inevitável.
Como a Bossa Nova enfrentou a pandemia?
Nosso primeiro foco foi ajudar a nossa rede de investidas a passar por essa fase. São mais de 500 startups no portfólio, então intensificamos encontros, mentorias e o apoio individual. Com isso bem estabelecido, voltamos a investir e esse ano superamos, em muito, o número de investimentos de 2019.
Ter o maior número de aportes em 2020 já era algo esperado pela Bossa Nova?
Sim! Antes da pandemia já estávamos planejando crescer e mesmo após a chegada do novo coronavírus nós permanecemos otimistas. Não foi a primeira crise global e, em todas elas, o mercado de tecnologia se sobressaiu porque tem como foco justamente a busca por soluções.
A Bossa Nova investe em startups de diversos setores. Por que apostar na diversificação?
Acreditamos que em estágios iniciais, de investimentos anjo, pré-seed e seed, com cheques menores e maior quantidade e qualidade de investimentos, os resultados são bem mais atraentes.
Com apenas um investimento, a chance de eu não receber retorno é alta. Mas se tenho 10 empresas no portfólio, mesmo que três ou quatro "morram", me resta o crescimento de seis para balancear a conta.
No contexto de pandemia, ainda, diversificação é uma forma de gerenciamento de riscos nesse mercado. O mercado de turismo, por exemplo, sofreu muito, enquanto startups de serviços financeiros e de saúde cresceram.
Quais setores saem mais fortalecidos de 2020?
Sem dúvidas esse foi mais um ano para as fintechs, mas também estamos vendo com um olhar muito atento os mercados de saúde, agro e logística, que têm caminhado a passos largos.
Quais as perspectivas para 2021 tanto para o mercado de Venture Capital como para a Bossa Nova?
Essa é fácil, crescer e crescer! Todas as grandes empresas estão se relacionando com startups, mais startups estão fazendo ofertas públicas na Bolsa, avançamos com o Marco Legal e muito mais investidores qualificados estão investindo em startups. Veremos uma intensificação do investimento e mais profissionalização do mercado em decorrência dos cheques mais altos.
A Bossa Nova vai continuar a investir. Nosso foco é atingir mil startups investidas, de diferentes setores. Estamos nos abrindo mais para corporações, para novas parcerias, mas nos mantendo sempre ao lado do empreendedor que é nosso pricipal ativo..Leia mais em abvcap 17/12/2020
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