O fundo de private equity da XP está comprando uma participação minoritária relevante na Beyoung, a maior marca nativa digital de skincare e maquiagem do Brasil.
O FIP XP Private Equity está injetando R$ 140 milhões na empresa, que vai acelerar seu crescimento lançando novos produtos e abrindo até 58 lojas flagships.
Fundada há quatro anos como a primeira empresa ‘direct-to-consumer’ do segmento de beleza no País, a Beyoung já tem 1,4 milhão de seguidores no Instagram, o dobro dos 700 mil que tinha no fim do ano passado.
Para efeito de comparação, a Sallve — uma investida da Astella e Canary fundada pela influenciadora digital Julia Petit — tem 360 mil seguidores, a segunda maior audiência entre as marcas nativas digitais.
O crescimento tem sido uma beleza.
A Beyoung — que vai gerar EBITDA pela primeira vez este ano — faturou R$ 100 milhões no ano passado com apenas seis SKUs. Este ano, passou a ter 19 SKUs e vai faturar R$ 150 milhões.
A empresa faz mais de 90% das vendas pelo seu site; o restante vem de 3 mil drogarias e perfumarias que carregam seus produtos.
A Beyoung foi fundada por Guilherme Priante, um especialista em marketing digital de 31 anos que viu no setor de beleza — segundo ele, carente de inovações — a oportunidade de aplicar seu expertise.
O desenvolvimento de produtos está a cargo de Emiro Khury, que foi diretor de P&D do Grupo Boticário por 16 anos.
A Beyoung só trabalha com duas categorias: ‘skin collection’ (os produtos de tratamento da pele) e ‘color collection’ (sua linha de maquiagens). O P&D continuará centrado nessas duas categorias, e o plano é ultrapassar 100 produtos nos próximos anos.
O investimento é o terceiro do FIP XP Private Equity, que levantou R$ 1,3 bilhão com investidores de varejo no início do ano e já investiu num hospital de oftalmologia e numa rede de clínicas de botox.
“Procuramos empresas de middle market mas com retornos seguros, porque nossa base de investidores não é tão familiarizada com private equity, então não posso tomar riscos fora da curva,” disse Chu Kong, o gestor do fundo e um veterano de private equity que trabalhou na TMG e na Actis.
Chu disse ao Brazil Journal que a Beyoung tem tudo para atingir uma margem EBITDA entre 15% e 20% no médio prazo.
O modelo de negócios da Beyoung está atraindo interesse de venture capital, private equity e investidores estratégicos no resto do mundo.
A Glossier — que nasceu como um blog de beleza em 2010 e se tornou um negócio de US$ 100 mi de receita em 2018 — foi avaliada em US$ 1,2 bilhão numa rodada Série D liderada pelo Sequoia no ano passado, três vezes o valuation obtido na Série C no ano anterior.
Em 2017, a Estée Lauder comprou uma participação minoritária na Deciem, uma empresa canadense mais conhecida por sua marca The Ordinary, uma linha de produtos de preço baixo e alta qualidade.
No ano passado, a Drunk Elephant, uma marca americana, foi comprada pelo grupo japonês Shiseido por quase US$ 845 milhões — mais de 8 vezes o faturamento — uma das maiores transações envolvendo uma marca de skin care... Leia mais em Brazil Journal 26/11/2020
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