Em seu sexto acordo desde julho, a companhia anuncia a compra da GFL, plataforma de serviços de coleta e de entrega no segmento de e-commerce e dá mais um passo para aprimorar suas operações de logística
Desde que voltou às compras, em julho, o Magazine Luiza passou por ativos de tecnologia, de mídia, de publicidade online e de delivery em sua jornada de cinco aquisições. Agora, essa estratégia chega à logística e, mais especificamente, à última milha, com o sexto acordo no período.
A companhia anunciou nesta sexta-feira, 2 de outubro, a compra da plataforma de logística GFL. Os termos financeiros do acordo não foram revelados. Fundada em 2015, a empresa tem forte atuação no interior de São Paulo e no sul de Minas Gerais. Hoje, a GFL atende mais de 600 cidades e conta com 13 áreas de cross-docking e cerca de 850 motoristas independentes.
O portfólio de serviços da companhia inclui ofertas como entrega no mesmo dia; entrega na última milha em até dois dias; logística reversa; e coleta de produtos nas lojas ou depósitos dos vendedores. Com esse pacote, a empresa realiza mais de 500 mil entregas por mês, segundo o comunicado.
O acordo incluiu ainda a compra da plataforma de tecnologia SincLog, usada pela GFL e mais de 30 transportadoras. A ferramenta tem recursos para gestão de cargas, emissão de documentos fiscais e controle de tabelas de frete e da remuneração dos motoristas, além de fornecer informações em tempo real, o que, segundo o Magazine Luiza, vai tornar as entregas de última milha mais eficientes.
Com a aquisição, a rede dá mais um passo em logística, área que vem concentrando uma série de iniciativas da companhia nos últimos meses. Uma das principais vias é a Logbee, startup de logística comprada em 2018 e que já conta com uma rede de 4 mil micro transportadores e motoristas.
A GFL será integrada justamente à essa operação. Com esse movimento, o Magazine Luiza afirma que vai ampliar em 50% a capacidade de entrega da Logbee, o que vai permitir acelerar a expansão de serviços de ship from store e a logística de coleta e entrega para os vendedores do seu marketplace.
No segundo trimestre, com parte das lojas ainda fechadas pela quarentena, a empresa ampliou o uso de suas unidades como mini-hubs para estocar os produtos comprados em suas plataformas. Com esse expediente, a companhia alcançou um índice de 35% das entregas realizadas em até 24 horas. No período, a rede converteu 700 das mais de 1,1 mil lojas em dark stores.
Em outro movimento mais recente na área de logística, o Magazine Luiza anunciou que irá abrir, neste mês, um centro de distribuição em Duque de Caxias (RJ), como parte de sua estratégia de fincar os pés de vez no mercado carioca.
Instalada em um galpão de 30 mil metros quadrados, a unidade demandará 300 empregos diretos e outros cem indiretos, segundo reportagem do jornal O Globo. Até o fim do ano, a companhia também programa a abertura de um centro de distribuição em Brasília.
No primeiro semestre, o Magazine Luiza investiu R$ 25,7 milhões em logística
No primeiro semestre, o Magazine Luiza investiu R$ 25,7 milhões em logística. No período, a companhia reportou um crescimento de 25,1% na receita líquida, para R$ 10,8 bilhões. Em contrapartida, apurou um prejuízo líquido de R$ 33,7 milhões, contra um lucro líquido de R$ 518,7 milhões, um ano antes.
Pacote de entregas
Os principais concorrentes do Magazine Luiza também estão se movimentando. O Mercado Livre, por exemplo, tem dado cada vez mais peso ao Mercado Envios, seu braço de logística.
No segundo trimestre, 96% das vendas totais do marketplace passaram pela divisão, sendo que 51% delas envolveram a Melinet, estrutura que oferece coleta, entrega e armazenagem de mercadorias aos vendedores da plataforma.
O grupo também recorreu à estratégia inorgânica para turbinar a área. Há um mês, o Mercado Livre anunciou a compra de uma participação minoritária na Kangu, startup que habilita pequenos comércios de bairro interessados em operar como mini-hubs de produtos comprados via e-commerce.
De um lado, com essa abordagem, o Mercado Livre encontra uma alternativa ao fato de não ter uma rede própria de lojas físicas, como seus principais rivais. Em troca, esses pequenos comerciantes recebem uma comissão por cada pacote estocado em suas lojas.
Já na B2W, dona das marcas Submarino e Americanas.com, esse caminho incliui a LET’s, plataforma de logística e distribuição que inclui 17 operações no formato de fulfillment e alternativas em modelos como clique e retire, associadas aos pontos de venda da Lojas Americanas.
Outro grande grupo do setor que não está parado é a Via Varejo, das marcas Casas Bahia e Ponto Frio. Em abril, a varejista comprou a ASAP Log, empresa de tecnologia que conecta lojas e entregadores... Leia mais em neofeed 02/10/2020
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