Com entrada no mercado de investimentos, banco digital deve fazer frente a gigantes como a XP.
O Nubank acaba de anunciar a aquisição da Easynvest, corretora digital de investimentos, marcando sua entrada neste mercado.
Segundo o site NeoFeed, o contrato foi assinado na noite da última quinta-feira, 10, e a aquisição será agora submetida ao Banco Central e ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). A empresa não informou o valor nem os termos da transação.
Após a venda, a Advent International, investidora global de private equity, e outros acionistas da Easynvest se tornarão investidores do Nubank.
A Easynvest foi fundada em 1968, em São Paulo, com o nome Título Corretora de Valores SA. Em 1999, foi uma das primeiras nacionais a lançar um home broker, ferramenta para comprar e vender ações pela internet, mudando seu nome para o atual.
Em 2014, foi a primeira corretora a lançar um aplicativo para investir em renda fixa no Brasil. Dois anos depois, passou a liderar o ranking do Tesouro Direto, programa de compra e venda de títulos públicos federais por pessoas físicas, com mais de 100 mil investidores aplicando neste produto.
Hoje a Easynvest conta mais de 1,5 milhão de clientes e possui mais de R$ 23 bilhões de ativos sob custódia, oferecendo mais de 400 opções de produtos financeiros.
"Nosso principal objetivo sempre foi promover o acesso das pessoas a investimentos, para que pudessem ter o maior rendimento de seu dinheiro. Agora com o Nubank, poderemos potencializar esse propósito e levar os serviços para ainda mais pessoas no Brasil e América Latina", destaca Fernando Miranda, CEO da Easynvest.
Com a aquisição, o Nubank — que soma 26 milhões de clientes — fará frente às grandes empresas do setor, como a XP, que é líder absoluta no mercado de investimentos, com 2,3 milhões de clientes e R$ 460 bilhões sob custódia.
Por enquanto, nada muda para os clientes da Easynvest nem da Nubank, que permanecem operando normalmente e de maneira independente.
Um grupo de trabalho será formado para planejar os próximos passos de integração dos serviços, a ser iniciada após aprovação dos órgãos reguladores.
Na visão da Nubank, o mercado de investimentos no Brasil ainda é muito complexo, com produtos caros e muitas distorções e, quanto menos favorecido for o cliente, piores são as opções de investimentos.
“Vamos solucionar isso, replicando o modelo Nubank de levar simplicidade e eficiência para as pessoas. E encontramos na Easynvest um parceiro que compartilha dos mesmos valores e do propósito de democratizar o acesso aos serviços financeiros", afirma David Vélez, fundador e CEO do Nubank.
O movimento do Nubank acontece em um momento de franca expansão do setor de investimentos no Brasil, devido, sobretudo, ao cenário de baixas taxas de juros.
Entre dezembro do ano passado e agosto deste ano, o número de investidores pessoa física aumentou 76% e está quase em 3 milhões, segundo dados da B3.
Além disso, estimativas do setor apontam que o volume de ativos sob custódia pode passar de R$ 3 trilhões em 2020 para mais de R$ 5 trilhões em 2025 — e a maior parte desse crescimento deve vir por meio de plataformas digitais.
Uma pesquisa da McKinsey aponta que 93% dos investidores brasileiros se dizem confortáveis em usar canais digitais para investir e 61% afirmam se sentir confortáveis em tomar as próprias decisões de investimentos, sem um assessor direto.
“Juntos, Nubank e Easynvest têm uma incrível oportunidade de transformar o mercado de serviços financeiros na América Latina utilizando o melhor da tecnologia em seu modelo de negócios 100% digital para encantar seus clientes e fãs”, acredita Brenno Raiko, managing director da Advent.
Esta é a terceira aquisição do Nubank em 2020. Em janeiro, o banco digital comprou a Plataformatec, companhia especializada em engenharia de software e metodologias ágeis, em um aqui-hiring.
Em julho, adquiriu a Cognitect, consultoria americana de engenharia de software que criou a linguagem Clojure e o banco de dados Datomic, ambos usados pelos desenvolvedores do Nubank.
O banco começou 2020 com 19 milhões de clientes e hoje já são quase 30 milhões. No primeiro semestre deste ano, apresentou um prejuízo de R$ 95 milhões, número 32% melhor do que em relação ao mesmo período do ano passado.
O seu caixa atingiu R$ 19,9 bilhões, 48% a mais do que no primeiro semestre do ano passado. Já a suas receitas com intermediação financeira dobraram para um patamar de R$ 2,07 bilhões.
Desde a sua fundação, a fintech já captou mais de US$ 1,4 bilhão por meio de uma série de rodadas de investimentos e teve receita de R$ 2,1 bilhões em 2019, com prejuízo triplicado no mesmo período.
Atualmente, o banco digital tem cerca de 2,7 mil funcionários, divididos entre Brasil, Argentina, México e Berlim... Leia mais em baguete 11/09/2020
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