Para a gigante do varejo, ter uma parte do TikTok seria um reforço na briga com a Amazon.
O Walmart decidiu se unir a Microsoft para comprar a operação americana do TikTok, rede social chinesa na mira do presidente Donald Trump.
A gigante varejista abriu o jogo numa nota oficial.
O interesse do Walmart, como muitas coisas na trama envolvendo o TikTok, é surpreendente num primeiro momento.
A justificativa da compra (que envolve também as operações do Canadá, Austrália e Nova Zelândia) seriam as funcionalidades de e-commerce e publicidade embutidas no TikTok.
De acordo com analistas ouvidos pelo Financial Times, elas poderiam ajudar o Walmart na sua briga contra a Amazon.
Vale lembrar que a Microsoft é fornecedora de nuvem e inteligência artificial para o Walmart, com um contrato de cinco anos dos quais já transcorreram dois.
Segundo a Reuters, o negócio está avaliado em algo entre US$ 25 bilhões e US$ 30 bilhões.
O Tik Tok é a rede social em alta no momento, com 2,3 bilhões de downloads e um valor de mercado estimado entre US$ 30 bilhões e US$ 50 bilhões.
Fundada na China, a rede se baseia em vídeos curtos e está no centro de uma polêmica geopolítica.
Na sexta-feira, 14, o presidente americano, Donald Trump, publicou um decreto ordenando a ByteDance a vender a sua operação americana em 90 dias, alegando preocupações com espionagem chinesa.
Trump alega que o governo chinês pode pressionar a companhia para espionar usuários e censurar conteúdo.
O caso faz parte de uma guerra comercial entre os dois países que tinha até agora a Huawei e o 5G no centro das atenções.
A primeira empresa aparecer como uma potencial interessada foi a Microsoft. Dias depois, surgiu a informação que a Oracle poderia fazer uma oferta.
Não se trata de um negócio simples. O fundador da Microsoft, Bill Gates, manifestou reservas sobre a aquisição em uma entrevista com a Wired, dizendo que ser um grande player em mídia social não é simples e que todo o contexto do negócio com a interferência de Trump é "bizarro".
Analistas de mercado favoráveis à compra apontam os potenciais ganhos da integração da tecnologia da Tik Tok, que é bastante sofisticada, podendo beneficiar aplicações voltadas para o usuário final como o buscador Bing ou o assistente pessoal Cortina.
A compra também tornaria a Microsoft um potencial competidor para o Facebook.
Vale lembrar que a Microsoft já comprou o Linkedin em 2016 por US$ 26,2 bilhões, ainda que seja difícil imaginar duas redes sociais mais diferentes que o LinkedIn e o Tik Tok.
Já no caso da Oracle, uma empresa que atua basicamente no segmento corporativo, está muito menos claro quais são os benefícios de uma compra desse tamanho.
A Oracle tem no entanto a seu favor uma maior proximidade com Trump.
O fundador da empresa, Larry Ellisson, é um dos poucos apoiadores abertos do presidente americano no Vale do Silício. A CEO, Safra Catz, chegou a trabalhar no time de transição da administração Trump... Leia mais em baguete 27/08/2020
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