01 julho 2020

Startup de saúde mental recebe aporte milionário durante a pandemia

Crise atual aumentou a demanda por serviços, mas a Zenklub já havia alcançado um crescimento expressivo em 2019, triplicando seu faturamento

A atual crise de saúde global tornou as pessoas ainda mais conscientes para a importância de cuidar da saúde da mente e isso contribuiu para o aporte milionário recebido pela Zenklub, uma plataforma de bem-estar criada em 2016 com a missão de democratizar o acesso à saúde. “Sempre tivemos clara a missão de democratizar o acesso à saúde emocional e fomos pioneiros em levantar a bandeira de que saúde emocional importa de tal forma que pode ser considerada como um benefício dentro das empresas”, afirmou Rui Brandão, médico e CEO da Zenklub, ao Whow!. “A adesão por parte de pessoas e de empresas ao Zenklub foi determinante para a conquista desse novo investimento.”

O aporte de R$ 16,5 milhões foi liderado pelo fundo português Indico Capital Partners e contou com a participação de executivos brasileiros do setor de saúde. Segundo a startup, o investimento tem como objetivo o aprimoramento da tecnologia e o desenvolvimento de novos produtos.

“A crise da Covid-19 alterou drasticamente nossa rotina, o que vem ocasionando quadros de ansiedade, depressão, síndrome do pânico e outras doenças psicossomáticas. Em um momento como esse, de solitude e recessão econômica, reafirmamos nosso propósito. Aumentar nossos produtos, melhorar nossos serviços e atender a demanda crescente com qualidade é nosso principal desafio”, disse Rui.

A plataforma da Zenklub oferece hoje conteúdos próprios como jornadas, testes e exercícios, além de sessões on-line com mais de 400 especialistas como psicólogos, psicanalistas e terapeutas. Atualmente, cerca de 500 mil pessoas por mês usam a plataforma e a meta é alcançar 1 milhão de pessoas por mês até o fim do ano. “A pandemia acelerou algumas frentes que já estavam mapeadas e eram estratégicas para nós, como o aumento da estrutura de toda a empresa, nos dois países em que atuamos: Brasil e Portugal. Abrimos mais de 20 vagas de emprego, dobramos o número de especialistas atendendo pela plataforma e criamos uma estrutura exclusiva para atender a demanda do B2B”, revelou o empreendedor.

Atendimento corporativo para saúde

No Brasil, o foco de expansão da Zenklub, que triplicou seu faturamento em 2019, será o segmento corporativo, “de forma a estabelecer a saúde emocional como um benefício para clientes e colaboradores”.  Isso inclui o lançamento de uma plataforma exclusiva para gestores de recursos humanos. Hoje, cerca de 100 empresas utilizam o serviço e a meta é  triplicar o número de companhias ativas até o final do ano.

“Muito tem se falado sobre doenças psicossomáticas ocasionadas dentro do ambiente corporativo, e durante a pandemia esses números continuam a crescer. Nossas ferramentas, tecnologia e análise de dados nos permitem ter uma visão holística sobre vários aspectos que auxiliam gestores de RH a tomarem decisões mais estratégicas”, explicou Rui. “Existem estudos que comprovam um ROI [retorno sobre investimento] até quatro vezes maior quando se investe em saúde e bem-estar emocional. Nesse sentido, nossa ambição é estabelecer saúde emocional como um benefício dentro das empresas, assegurando resultados efetivos tanto para o funcionário quanto para o empregador.”

A tecnologia da inteligência artificial é aliada da Zenklub nesse trabalho.

Brandão explica que, apesar de a Zenklub oferecer um serviço que acontece 100% no digital, a inteligência da plataforma foi desenvolvida para prestar um atendimento individualizado, “como deve ser tratada a saúde emocional”, disse ele. “Cada pessoa tem uma história, acumula experiências diferentes e isso torna o indivíduo único. Dessa maneira, nossa plataforma ou ecossistema, como a consideramos, cria uma jornada de autoconhecimento específica para cada pessoa. A medida que as interações acontecem, novas informações são adicionadas ao perfil daquele usuário, ou seja quanto mais alimentado, mais possibilidades ele oferece.”

O empreendedor continuou a explicação. “Para as empresas, fazemos uso dessa inteligência para construir um mapa emocional que possibilita aos gestores de RH e decisores conhecerem melhor suas organizações, entendendo quais são os principais desafios de seus colaboradores, como eles se sentem, como evoluem suas emoções e satisfação em geral.” .. Leia mais em whow 29/05/2020



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