06 julho 2020

Por que o BR Partners quer fazer um IPO


O Banco BR Partners está se preparando para abrir o capital num IPO que o tornará o segundo banco de investimento independente listado na B3.

Segundo a coluna de Lauro Jardim, o banco contratou BTG Pactual, Bank of America-Merrill Lynch e Credit Suisse para coordenar uma oferta 100% primária que deve levantar por volta de R$ 600 milhões.

Uma partnership à la Goldman Sachs e BTG antes de seus IPOs, o BR Partners faz mais de 60% de sua receita com assessoria financeira. O banco já participou de mais de 120 M&As somando mais de R$ 250 bilhões. No ano passado, deixou para trás bancos maiores e globais e liderou os quatro rankings de M&A do Brasil — Bloomberg, MergerMarket, Thomson Reuters e Dealogic (este ano, manteve a liderança em três deles no primeiro semestre).
 
Mas o negócio de M&A é gerador de caixa e não demanda capital. A grande motivação do IPO deve ser levantar recursos para aumentar a exposição do banco aos produtos de sua própria área de debt capital markets, que origina, estrutura e vende CRIs, fundos imobiliários e debêntures. 

A área — liderada por um dos sócios, Danilo Catarucci, ex-Citi e XP — tem contato diário com uma centena de family offices e investidores institucionais e transformou essa base num canal proprietário, desintermediando a distribuição de produtos feitas pelos grandes bancos. Um negócio que cresce exponencialmente e deve representar 30% da receita do banco este ano.

Hoje, o BR Partners mantém no balanço menos de 5% dos produtos de dívida que vende aos clientes. Com os recursos da oferta, o banco poderá elevar esse percentual a 30%, além de poder competir por transações maiores, o que aumentaria substancialmente sua rentabilidade.  

O IPO também pode turbinar a tesouraria do banco, que age como contraparte de grandes empresas em produtos como hedges e swaps.  Hoje, a tesouraria abre spread para as maiores companhias do País, mas o volume transacionado é limitado pelo balanço. 

O BR Partners também tem usado a crise para crescer em reestruturações financeiras de dívidas, uma área dominada pelas boutiques independentes e onde os grandes bancos não atuam. ..  Geraldo Samor / Leia mais em braziljournal 06/07/2020


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