A farmacêutica Hypera Pharma contratou o banco de investimento BR Partners para vender sua marca Xantinon, apurou o Valor. A companhia espera conseguir entre R$ 200 milhões e R$ 250 milhões na venda, segundo uma fonte próxima à negociação. O medicamento tem receita de R$ 50 milhões. O remédio compõe o portfólio da Takeda, comprada no país pela Hypera. A companhia brasileira terá agora que se desfazer de algumas marcas visando a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) da transação.
No caso do Xantinon, a Hypera já é dona da marca concorrente Epocler, Estomazil e o Gastrol e pode haver concentração de mercado no segmento de medicamentos para estômago.
Apesar de esse ser o único mandato na rua no momento, fontes ouvidas pelo Valor avaliam que a Hypera pode ter que vender outras marcas nesse processo de aprovação regulatória, como os analgésicos Doralgina e Doril que estão na mesma categoria da Neosaldina, que veio com o portfólio da Takeda.
Três farmacêuticas já confirmaram que avaliam o ativo, apurou o Valor. A sul-africana Aspen Pharma e as brasileiras União Química e Cellera já estão no processo de compra. “Ainda está no início, mas este é um ativo que pode ser complementares aos portfólios dessas companhias”, disse uma fonte.
A União Química, inclusive, comprou no início do mês a marca Neocopan da Hypera também por uma recomendação do Cade para aprovação do negócio com a família Buscopan, concluída no final do ano passado em que a Hypera pagou R$ 1,3 bilhão à Boehringer Ingelheim (BI).
No caso do Neocopan, o negócio foi avaliado entre R$ 60 milhões e R$ 90 milhões considerando que operações desse tipo equivalem de duas vezes a três vezes as vendas do medicamento, apurou o Valor. No ano passado, de acordo com a consultoria especializada naindústria farmacêutica IQVIA, o faturamento com o Neocopan foi de cerca de R$ 30 milhões.
O valor buscado pela Hypera em relação ao Xantinon é quase cinco vezes o receita das vendas apurada por ano do medicamento. “Cerca de cinco anos para rever o investimento, não é um bom negócio. Podem ter que reavaliar esse preço.”
Procurada, a Hypera informou por assessoria que não comenta rumores de mercado. Fonte:Valor Econômico Jornalista:Ana Paula Machado e Maria Luíza Filgueiras Leia mais em portal.newsnet 24/07/2020
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