Por mais de US$ 1 bilhão, os ativos da operadora de satélite de baixa órbita (LEO) OneWeb foram vendidos para o governo britânico, em conjunto com o conglomerado de telecomunicações indiano Barthi Global. Segundo informou a própria OneWeb nesta sexta-feira, 3, a quantia servirá para "financiar um reinício completo de suas operações de negócios".
Como a OneWeb está em recuperação judicial (Chapter 11), a venda dos ativos precisará passar por aprovação dos credores e do Tribunal de Falências dos Estados Unidos, bem como de órgãos reguladores. A finalização da transação é esperada para o último trimestre deste ano.
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Somente da parte da Coroa Britânica (Her Majesty's Government – HMG), por meio da secretaria de estratégia de negócios, energia e indústria do governo, foram US$ 500 milhões. A decisão de adquirir participação na companhia, tomada pelo primeiro-ministro Boris Johnson, após a decisão da União Europeia de excluir o Reino Unido após o Brexit do sistema europeu de satélites de geolocalização, o Galileo, criado para rivalizar contra o sistema norte-americano GPS.
O grupo Bharti, dono da terceira maior operadora do mundo, a Barthi Airtel, arcou com a outra metade. Dessa forma, outros interessados, como Telesat e Airbus, ficaram de fora. Consultada por TELETIME, a Viasat afirmou que a empresa chegou a estudar os ativos da OneWeb, mas acabou decidindo por não investir na área de LEO.
Em comunicado, a OneWeb afirmou que está esperando retomar as operações "assim que possível". A empresa tem uma constelação de 68 satélites já lançada, de um total planejado de 648. Os artefatos se posicionam a 1.200 km de altitude. Antes da crise financeira, a Airbus e a OneWeb estavam fabricando dois satélites por dia na Flórida. A empresa entrou com pedido de RJ após não conseguir o financiamento de US$ 2 bilhões da principal acionista, a japonesa Softbank, já sob impacto da pandemia do coronavírus, em março.
Operação
A OneWeb diz que a Bharti utilizará suas redes de celular e empresarial para atuar como "testes terrestres" para os produtos, serviços e aplicações satelitais. A ideia é também trazer valor para os mercados onde a companhia indiana atua, como sul da Ásia e África Subsaariana.
Da parte britânica, o compromisso é de aumentar o acesso global da OneWeb, contribuindo para a "ambição do governo do Reino Unido de se juntar às nações espaciais de primeira classe, junto com seu compromisso de se tornar líder em ciência, pesquisa e desenvolvimento".
A própria operadora diz que continua pronta para continuar a construir o sistema satelital para levar conectividade em todo o planeta, incluindo negócios e pessoas em zonas rurais no mundo, incluindo o Ártico. A empresa diz que acredita no potencial do sistema LEO, e que a demanda por um novo mix de serviços de conectividade apenas aumentou durante a pandemia do coronavírus.
Retomada de lançamentos
"A combinação da HMG com o Barthi vai trazer valor imediato enquanto nos desenvolvemos em um líder global em conectividade de baixa latência", declarou o CEO da OneWeb, Adrian Steckel, em comunicado. "Com tecnologia flexível e diferenciada, ativos únicos de espectro e uma oportunidade de mercado sedutora à nossa frente, estamos ansiosos em concluir o processo e voltar a lançar nossos satélites assim que possível", continuou. O consórcio deverá trabalhar em conjunto com a diretoria da OneWeb para desenvolver a estratégia e o plano de negócios para retomar o calendário de lançamentos da empresa. Por Bruno do Amaral leia mais em teletime 03/07/2020
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