A trama era marcada por um grande deslocamento do mercado, paralisação do financiamento e futuro incerto para os lucros corporativos. Esse foi o filme visto na grande crise financeira, quando a KKR poderia ter feito melhores jogadas, de acordo com Johannes Huth, o maior negociador da empresa na Europa.
“Há um esforço consciente de nosso lado para não repetir nossas deficiências de 2008/2009 em termos de emprego de capital”, disse em entrevista por vídeo na semana passada. A KKR decidiu “muito cedo, antes que os mercados atingissem mínimas históricas”, que precisava ganhar vantagem durante a crise, disse Huth.
Perdeu pouco tempo. A KKR é a empresa de private equity mais ativa globalmente desde que a crise de coronavírus dominou os mercados no início de março, tendo gastado US$ 12,7 bilhões, segundo dados compilados pela Bloomberg.
Muitas empresas de private equity têm adotado uma abordagem cautelosa para aquisições durante a crise, mas a KKR gastou mais do que três grandes rivais juntas - Silver Lake Management, Apollo Global Management e Blackstone. A Silver Lake foi a segunda no ranking de aquisições, com US$ 5,9 bilhões em acordos durante o período, segundo os dados.
Acordos rápidos
Em meados de março, quando as medidas de isolamento contra o vírus entraram em vigor, a equipe de infraestrutura da KKR agiu rapidamente para comprar a empresa de gestão de resíduos Viridor por 4,2 bilhões de libras (US$ 5,2 bilhões) da Pennon Group.
Um acordo semelhante foi fechado em maio, quando a KKR concordou em comprar as marcas de beleza Wella e Clairol da empresa de cosméticos americana Coty em uma transação de US$ 4,3 bilhões que inclui investimento de US $ 1 bilhão na Coty.
A KKR também é uma das três empresas com ofertas pelo controle da operadora de telefonia espanhola Másmóvil Ibercom por 3 bilhões de euros (US$ 3,3 bilhões), no que seria uma das maiores operações de fechamento de capital da pandemia.
“As safras com melhor desempenho em private equity tendem a ser aquelas que investem durante crises econômicas”, disse Dylan Cox, analista-chefe de private equity da PitchBook.
Ao investir capital dessa maneira, a KKR segue uma estratégia praticada por investidores de renome como Warren Buffett durante o crash de 2008, segundo pessoas que trabalharam com a empresa em acordos. Buffett financiou empresas como General Electric e Goldman Sachs com bilhões de dólares na época, apostas que foram recompensadas quando os mercados acionários iniciaram um rali histórico.
“Provavelmente não tínhamos tempo suficiente para tirar proveito de múltiplos de valuations mais baixos”, disse Huth sobre o manual da KKR pós-2008.
Jan-Henrik Foerster Bloomberg. Leia mais em yahoo 02/06/2020
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