Cerca de € 700 milhões do total serão usados para pagar dívidas. A companhia deve reduzir sua alavancagem de 3,6x para menos de 3x e assim acelerar o processo de obtenção do investment grade para alongar seu perfil de dívida via mercado de capitais.
A JDE faz mais de 80% de seu faturamento com a venda de cafés em supermercados, e viu sua receita disparar com as pessoas trocando a ida às cafeterias pelo cafezinho dentro de casa.
Com a reabertura das economias, a aposta da JDE é que muitos dos consumidores que conheceram suas marcas durante o lockdown também passem a consumi-las em suas cafeterias.
Com a demanda pelo papel batendo em € 20 bilhões, a operação foi bem recebida tanto na Europa como nos EUA. Depois de subir até 19% no meio da tarde, a ação fechou em alta de 13%, dando à empresa um valuation de mais US$ 19,5 bilhões, o que a torna uma das maiores companhias de consumo do Euronext.
Segundo um investidor, o valuation de cerca de 16x EBITDA ainda tem um desconto significativo para o múltiplo de empresas comparáveis como Nestlé e Lindt, que se mostraram imunes à crise.
Um dos desafios da companhia será justamente a integração entre JDE e Peet’s, que até o fim do ano passado eram companhias independentes.
A JDE é uma controlada da JAB Holdings, a holding europeia frequentemente comparada à Berkshire Hathaway e que passou os últimos anos comprando diversas marcas e redes de café antes de juntar todas na JDE.
No ano passado, a companhia faturou mais de US$ 7 bilhões com marcas como L’Or, Café Pilão, Café do Ponto, Douwe Egberts, Jacobs e Kenco, e com as cafeterias Peet’s Coffee, presentes em duas de cada três esquinas nos EUA.
Um gestor que participou da oferta disse à Bloomberg que a JDE é um investimento atrativo porque ela deve crescer mais que a economia global nos próximos anos e pagar bons dividendos — em parte graças a seu foco crescente no mercado de cafés premium e de maior valor agregado.
Nos últimos anos, a concorrência no mercado de café se tornou intensa, com uma enxurrada de negócios. A Coca-Cola comprou a Costa Coffee por US$ 5,1 bi; e a Nestlé pagou mais de US$ 7 bi pelo direito de vender os cafés da Starbucks nos supermercados.
Os bancos coordenadores foram a Goldman Sachs, BNP Paribas e JP Morgan. Pedro Arbex Leia mais em BrazilJournal 29/05/2020
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