Em entrevista coletiva para comentar as previsões do relatório Panorama Econômico Mundial (World Economic Outlook), divulgado nesta terça-feira, Gopinath afirmou que, além da pandemia, muitos países enfrentam ainda crises financeiras e as baixas dos preços das commodities.
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“A magnitude e a velocidade do colapso da atividade econômica que se seguiu à pandemia de covid-19 é diferente de tudo o que ocorreu em nossas vidas. E há uma incerteza substancial sobre seu impacto na vida e nos empregos das pessoas”, afirmou Gopinath.
Bloomberg
No relatório divulgado hoje, o FMI afirma que, como resultado da pandemia, a economia global encolherá 3% neste ano. É a pior crise desde a Grande Depressão dos anos 1930. Caso o novo coronavírus seja controlado até o segundo semestre, a projeção é que o mundo cresça 5,8% em 2021. A perda acumulada do PIB global entre este ano e próximo pode chegar a US$ 9 trilhões.
Para Gopinath, é essencial que os governos garantam que os sistemas de saúde tenham capacidade e os recursos adequados para enfrentar a pandemia. Além disso, enquanto a economia estiver paralisada, os países devem proteger os empregos e evitar a falência das empresas.
“Isso requer medidas fiscais, monetárias e financeiras substanciais, direcionadas para manter os laços econômicos entre trabalhadores, firmas e credores, mantendo intacta a estrutura econômica e financeira da sociedade”, observou Gopinath.
A economista-chefe do FMI também falou sobre os mercados emergentes e a necessidade de proteger os trabalhadores informais. Para Gopinath, é preciso que os governos trabalhem para garantir a renda dessa parcela da população, inclusive por meio de transferências diretas de dinheiro. “Novas tecnologias podem ser usadas para fornecer apoio direcionado”, sugeriu.
Sobre regiões específicas, a economista-chefe do FMI disse que a China, primeiro epicentro da pandemia, mostra sinais de que está superando a crise, mas a recuperação será afetada pelo choque de demanda nos demais países do mundo.
Na Europa, segundo Gopinath, as previsões incluídas no relatório divulgado hoje refletem o fato de a região ter sido a mais atingida pela pandemia.
O FMI espera, por exemplo, contrações de 7% da Alemanha, 7,2% da França e 9,1% da Itália.
Em linha com o que tem sido defendido pela diretora-gente do FMI, Kristalina Georgieva, Gopinath reiterou hoje que credores bilaterais e organizações multilaterais precisarão aliviar as dívidas de países mais pobres, que devem usar o dinheiro para custear o combate à pandemia.
“Existem razões para otimismo, apesar das circunstâncias terríveis. Em países com grandes surtos [de covid-19], o número de novos casos diminuiu, após fortes práticas de distanciamento social terem sido colocadas em prática. O ritmo de trabalho sem precedentes para buscar tratamentos e vacinas também dá esperança. As rápidas e substanciais ações de política econômica adotadas em muitos países ajudarão a proteger pessoas e empresas, prevenindo um prejuízo econômico ainda mais severo e criando as condições para a recuperação”, afirmou... Leia mais em yahoo 14/04/2020
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