"Sabemos que a meta não será atingida e talvez até o final do ano não poderemos vender mais nada", disse o secretário
Salim Mattar: "não há clima no mercado para vender ativos"
O secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, Salim Mattar, anunciou nesta quarta-feira (22) o abandono da meta de privatizações e desinvestimentos em 2020 diante da mudança de cenário econômico trazida pela pandemia do coronavírus.
“Sabemos que a meta não será atingida e talvez até o final do ano não poderemos vender mais nada”, disse em coletiva virtual. “Não há clima no mercado para vender participações em ativos”, completou.
Em 2019, o governo arrecadou R$ 51,4 bilhões com desestatizações e R$ 54 bilhões com desinvestimentos. A meta para 2020, divulgada em janeiro, era atingir R$ 150 bilhões no total.
Durante a campanha, o agora ministro Paulo Guedes falava em atingir a marca de R$ 1 trilhão em privatizações.
Salim Mattar também se posicionou contra o projeto do empréstimo compulsório que tramita no Congresso Nacional.
Pela proposta, estarão sujeitas ao empréstimo compulsório as corporações domiciliadas no País com patrimônio líquido igual ou superior a R$ 1 bilhão. O texto autoriza o governo federal a cobrar dessas empresas valor equivalente a até 10% do lucro líquido apurado no ano anterior.
Segundo Mattar, o projeto descapitalizaria as empresas e traria insegurança jurídica, mesma posição defendida pelo Ministério da Economia e por grupos empresariais.
O texto estava na pauta desta quarta-feira (22) para ser votado em regime de urgência, mas acabou sendo adiado.
Outro questionamento foi sobre um suposto “Plano Marshall” que estaria sendo gestado pela Casa Civil para estimular a economia com investimento público passado o auge da pandemia.
“Não temos dinheiro sobrando. Nossas finanças foram absolutamente esgotadas. [Plano] ainda é muito embrionário”, disse Mattar.
Veja na íntegra o novo relatório da Secretaria de Desestatização.. Leia mais em exame 22/04/2020
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