17 março 2020

Antiga fábrica da Nilza em Ribeirão Preto é vendida por R$ 23,5 milhões

Imóvel foi comprado pela empresa JV Naves e decisão publicada pela Justiça nesta segunda-feira
 
A antiga Indústria de Alimentos Nilza S/A foi vendida por R$ 23,5 milhões para a empesa JV Naves. A venda inclui os dois imóveis da Nilza que, juntos, somam 250 mil metros quadrados, na altura do km 312 da Rodovia Anhanguera.

Por meio de nota, a JV Naves Administração e Participação Societária LTDA confirmou a aquisição, mas, “por questões estratégicas, não vai se pronunciar a respeito por enquanto”, informou.

Segundo o advogado Alexandre Borges Leite, administrador judicial da massa falida da Nilza, existia um leilão em andamento e a maior proposta a ser ofertada por essa área tinha sido de R$ 16 milhões, no final do ano passado. “Mas, recebemos essa proposta de R$ 23,5 milhões e entramos com um recurso. Em dezembro, o juiz abriu novamente o prazo, de 30 dias, para qualquer interessado que tivesse apresentado algum valor em leilão pudesse cobrir essa proposta. Então, agora em março, essa venda foi homologada”, conta.

O valor negociado representa 42,7% da avaliação total dos imóveis com os equipamentos, mas a Justiça autorizou a venda mesmo não sendo alcançado o valor de 50% previsto em lei nesses casos. “Já fizemos seis leilões pela área e nunca recebemos nenhuma proposta como essa. Visando a depreciação dos equipamentos e também a desvalorização do mercado imobiliário, além da crise econômica, o juiz achou prudente aceitar essa proposta, pois já existe uma jurisprudência nesse caso”, explica.

Alexandre esclarece ainda a importância da negociação, pois o imóvel tem um custo mensal de R$ 45 mil para manutenção e segurança "A venda foi muito importante para conseguirmos fazer caixa pagar os credores trabalhistas. Já foram pagos 50% para cerca de 600 credores trabalhistas. Tem uma segunda lista nos autos com cerca de 300 credores que receberão mais 50% e ficará faltando aproximadamente 150 credores trabalhistas para receber esses 50% iniciais que estamos pagando", explica.

A Nilza ainda tem uma unidade industrial em Itamonte, Minas Gerais, com os equipamentos. A dívida está em R$ 700 milhões, mas, segundo o advogado, a previsão com todas as vendas é arrecadar R$ 70 milhões. “A diferença é muito grande.”

Com a organização de sete cooperativas, a Indústria de Alimentos Nilza foi criado em 2004. Em 2006, a Nilza foi comprada por Adhemar de Barros Neto, que planejou um plano de expansão, com a compra, em 2008, de unidades de Itamonte e Campo Belo, passando a processar 1,5 milhão de litros de leite por dia em suas três unidades. A empresa chegou a 1 mil profissionais.

Porém, a crise no setor de leite nacional fez a empresa entrar em uma profunda dificuldade financeira, que a levou a entrar com um pedido de recuperação judicial. Mas, em janeiro de 2011 pela 4ª Vara Cível de Ribeirão decretou a falência da empresa após constatar fraudes no processo de recuperação judicial e na negociação de venda da companhia.

Cinco meses depois, a decisão de falência foi revogada e 40 funcionários foram recontratados. Foram feitos testes no laticínio, mas a produção comercial não chegou a acontecer. No mês de outubro de 2012, a segunda -e definitiva- falência, foi decretada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. .. Leia mais em revide 16/03/2020


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