20 fevereiro 2020

Pão de Açúcar pode vender R$ 3 bilhões em ativos nos próximos meses

“Estamos olhando e temos bastante oportunidade de monetizar ativos, umas de curto prazo, outras de médio prazo”, afirmou Christophe

O Pão de Açúcar (PCAR4) mira vender mais de três bilhões de reais em ativos não essenciais nos próximos meses, disse nesta quinta-feira o vice-presidente de finanças, após resultados trimestrais aquém do esperado derrubarem as ações da varejista.

“Estamos olhando e temos bastante oportunidade de monetizar ativos, umas de curto prazo, outras de médio prazo”, afirmou Christophe José Hidalgo em teleconferência com analistas e investidores para comentar o balanço do quarto trimestre.

Hidalgo citou ativos imobiliários, postos de gasolina e até mesmo operações na Argentina ou no Uruguai como possíveis alvos.

Os comentários surgem no momento de consolidação no varejo alimentar brasileiro, com maior concorrência com redes regionais e competidores maiores, como o Carrefour Brasil (CRFB3).

No último domingo, o Carrefour Brasil anunciou acordo para comprar 30 lojas e 14 postos de gasolina da varejista Makro, de propriedade da holandesa SHV Holdings, por 1,95 bilhão de reais, num esforço para impulsionar a unidade de atacarejo Atacadão.

O Pão de Açúcar também quer acelerar sua própria divisão de atacarejo em 2020, com 20 novas lojas e 10 conversões de hipermercados Extra para Assaí, segundo o presidente do Assaí, Belmiro Gomes.

O plano vai exigir um investimento de um bilhão de reais, disse Gomes, acrescentando que vê a margem relativamente estável, já que as medidas de controle de custos compensam um maior gasto de capital.

Em sua divisão de multivarejo que engloba as marcas Pão de Açúcar, Extra e Compre Bem em múltiplos formatos, o Pão de Açúcar continuará a converter e renovar os supermercados, enquanto retoma a expansão orgânica das lojas de proximidade, disse Jorge Faiçal, que lidera a divisão.

A ação do Pão de Açúcar caía 7,6% às 14:14, destaque negativo do Ibovespa, (IBOV) que recuava 1,54%.

Na noite da véspera, o Pão de Açúcar reportou queda de 71% no lucro líquido do quarto trimestre ante mesma etapa de 2018 e abaixo das previsões do mercado, após concluir uma cara reorganização.

Em relatório, o BTG Pactual apontou que resultados decepcionantes na unidade multivarejo do Pão de Açúcar “mais uma vez” ofuscaram os números positivos do Assaí, citando menos gatilhos de curto prazo na frente operacional para elevar a recomendação das ações da empresa.


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