A Pacaembu Construtora, que atua no interior de São Paulo focada na baixa renda, pediu registro para realizar uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).
As ações serão negociadas no segmento do Novo Mercado, que reúne as ações das empresas abertas com os melhores níveis de governança corporativa do mercado.
A empresa possui 26 anos de experiência no desenvolvimento e construção de empreendimentos residenciais de padrão econômico, dirigido ao público consumidor com baixa renda, tendo atualmente 7.485 unidades em construção.
A Pacaembu já lançou 130 empreendimentos localizados em mais de 40 cidades do estado de São Paulo, entregando aproximadamente 55 mil unidades.
Os esforços da empresa estão concentrados no programa “Minha Casa, Minha Vida” do governo federal, com foco nas faixas 1,5 e 2 (renda mensal bruta até R$ 1.800,00 e R$ 4.000,00, respectivamente).
“Enxergamos grande oportunidade de crescimento e baixo risco de inadimplência em razão da estrutura do Programa e do modelo de concessão do crédito imobiliário”, diz a Pacaembu, em prospecto.
“O financiamento das unidades vendidas é realizado pela Caixa Econômica Federal no ato da venda (mesmo no caso de unidades na planta), por meio dos recursos do Fundo de Garantia sobre o Tempo de Serviço (“FGTS”), eliminando as possibilidades de distrato.”
Em setembro de 2018, a empresa havia vencido, pelo terceiro ano consecutivo, prêmio da revista IstoÉ Dinheiro, chamado As Melhores da Dinheiro, na categoria Construção Imobiliária. Em 2017, a empresa tinha construído 2,7 milhões de metros quadrados.
A Pacaembu pretende utilizar a totalidade dos recursos a serem captados para reforçar seu capital de giro, desenvolvendo os empreendimentos de seu landbank.
Acredita-se que o uso dos recursos captados na oferta primária resultará em fortalecimento da sua estrutural de capital.
Dados operacionais e financeiros da Pacaembu
Entre 2017 e 2019, a empresa distribuiu aos acionistas R$ 206,2 milhões em dividendos, com um ROAE (Return on Average Equity – Retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio) de 51,2%.
Além disso, encerrou o ano de 2019 com caixa líquido de R$184,2 milhões.
Em 2019, o lucro líquido foi de R$ 111,579 milhões, com avanço de 1% sobre 2018.
O Ebitda, por sua vez, totalizou R$ 123,475 milhões, com queda de 8,3%. A margem Ebitda ficou em 21,8%, com alta de 4,7 pontos porcentuais.
Em 2019, foram feitos 14 lançamentos, contra 7 em 2018.
O Valor Geral de Vendas (“VGV”) em 2019 somou R$ 734,8 milhões, com alta de 8,6%.
As vendas contratadas somaram R$ 540 milhões, com queda de 17,8%.
A VSO (venda sobre oferta) foi de 65,6%, ante 87,3% em 2018. A métrica de vendas sobre oferta é calculada com base no percentual de unidades comercializadas em relação ao total de unidades disponíveis para venda.
Sobre a oferta
A oferta consistirá na distribuição pública primária de novas ações e na distribuição secundária.
Os acionistas vendedores na oferta secundária são Wilson de Almeida Junior, que atualmente detém 36% da empresa, e Eduardo Robson Raineri de Almeida, (40,5%).
O banco coordenador líder é o Credit Suisse, que também atua como agente estabilizador.
As demais instituições financeiras participantes são a XP Investimentos e a Caixa Econômica Federal.
Simultaneamente, serão realizados esforços de colocação das ações no exterior.
O capital social da Pacaembu é de R$ 190.277.753,34, totalmente subscrito e integralizado, representado por 128.894.845 ações ordinárias, nominativas, escriturais e sem valor nominal.
Nos termos do Estatuto Social, a companhia é autorizada a aumentar o capital social, independente de reforma estatutária, até o limite de 980.000.000 ações ordinárias.
Riscos para o investidor
O prospecto traz ainda alguns riscos para o investidor que decidir comprar as ações na oferta.
O modelo de negócios da Pacaembu foca em empreendimentos imobiliários enquadrados nas faixas 1,5 e 2 do programa Minha Casa, Minha Vida. A não implementação, cancelamento, suspensão ou escassez de recursos decorrentes desse programa poderá afetar os resultados da empresa.
Além disso, a Pacaembu utiliza volume relevante de recursos do plano de apoio à produção com financiamento à pessoa jurídica da Caixa Econômica Federal, estando sujeita a mudanças institucionais e/ou operacionais nestes órgãos públicos.
Por fim, a falta de disponibilidade de recursos para obtenção de financiamento pode prejudicar a capacidade ou disponibilidade dos potenciais compradores de imóveis de financiar suas aquisições.
Esse fato pode vir a afetar negativamente as vendas da companhia e a obrigar a alterar as condições de financiamento que oferece aos seus clientes... Leia mais em euqueroinvestir 21/02/2020
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