A corretora de seguros Alper elevou o capital em R$ 80 milhões em uma captação que envolveu principalmente os atuais sócios - os fundos Artesia e Brasil Capital - e ex-executivos do Banco Garantia. O objetivo é suportar um novo ciclo de aquisições de corretores no mercado nacional. Queremos voltar a ser um consolidador relevante, mas sempre apresentando um crescimento orgânico do negócio, disse ao Valor o presidente da empresa, Marcos Aurélio Couto.
Criada em 2010 como BR Insurance, a empresa cresceu baseada em aquisições de corretores pelo país. No total, foram 49 compras em oito anos. No entanto, o modelo adotado criou problemas, uma vez que cada corretora era mantida como uma empresa independente e os donos continuavam sócios de suas corretoras, além de acionistas da BR Insurance.
Segundo Couto, no passado havia múltiplas marcas e modelos de aquisição, o que acabou como um trauma, enquanto agora toda empresa adquirida vira Alper em alguns meses. Nosso modelo é diferente do que foi no passado: compramos toda a corretora, com foco naquelas com donos de perfil executivo que queiram acelerar o negócio conosco nos próximos cinco a dez anos, afirmou.
O aumento de capital estava previsto para um valor entre R$ 40 milhões a R$ 80 milhões, ficando no topo do intervalo. A preferência da aquisição das ações foi para os atuais investidores, que acabaram acompanhando a captação. Assim, pela nova composição acionária, o fundo Brasil Capital ficou com 18,6% da empresa e Marcelo Faria de Lima, da gestora Artesia, com 18,3%.
Já ex-executivos do Banco Garantia - Fernando Antonio Botelho Prado, Antônio Carlos de Freitas Valle e Eric Hime - entraram no negócio e passaram a deter 9,23% do capital social. Após a captação, a empresa chegou ao valor de R$ 250 milhões, mas Couto tem a meta de atingir R$ 1 bilhão até 2022, metade do que a companhia já chegou a valer no passado.
Com os recursos, a Alper pretende fazer entre três e cinco aquisições em 2020, suficientes para elevar entre R$ 10 milhões e R$ 15 milhões o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Neste ano, a expectativa é que o indicador termine em R$ 8 milhões - no entanto, haverá crescimento orgânico para 2020 (a Alper não divulga guidance). A empresa deve fechar 2019 com R$ 1,5 bilhão em prêmios emitidos.
Desde dezembro de 2018, a Alper já está de volta às compras, com a aquisição da companhia paulista de benefícios KB. Em agosto passado, a Alper adquiriu a corretora Supera, especialista em seguro educacional e, em dezembro, comprou a curitibana Ecoverde, marcando a volta ao Sul do país. Nossas filiais serão parrudas, todas com no mínimo R$ 10 milhões de receita. Operação pequena é distração, disse Couto.
Nos cálculos da Alper, cerca de 600 corretoras são potenciais alvos para compra. O processo é feito dentro de casa, sem a necessidade de um advisor. O Alper Partners, programa de parcerias com corretores menores para ampliar o portfólio de seguros oferecidos por esses negócios, ajuda a identificar futuras aquisições. No total, são cem parceiros neste modelo.
Entre os requisitos para a aquisição, estão corretoras bem posicionadas, rentáveis e que agreguem uma nova linha de negócio ou nova praça. A empresa procura reforçar a presença em seguros para o agronegócio, transporte e crédito interno e à exportação... Leia mais em valoreconomico 02/01/2019
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