23 dezembro 2019

Venda da Cart dá alívio financeiro para Invepar

Grupo deverá negociar com o fundo Mubadala, seu principal credor, qual parcela dos recursos será usada para pagamento

A Invepar prevê usar parte dos recursos da venda da Concessionária Auto Raposo Tavares (Cart) para quitar uma parcela de sua dívida, de aproximadamente R$ 1 bilhão, com o Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi.

O valor da operação não foi revelado, mas ainda não está certo quanto do montante será usado para pagar credores e quanto será destinado ao caixa, segundo o vice-presidente Eduardo Dantas.

“Certamente esses recursos não resolvem tudo, mas dão grande alívio para conseguir aplicar uma parte no pagamento do principal e juros, e outra parcela para continuar honrando operações e fazendo aportes. Vai haver discussão com credores”, disse ele ao Valor.

A dívida com o Mubadala vence em dois anos, mas seu custo financeiro é alto, de IPCA + 12%.

A venda da Cart ocorre em meio a uma reestruturação financeira da Invepar, que é controlada pelos fundos de pensão Previ, Petros e Funcef - cada um com cerca de 25%. O outro quarto da empresa era da OAS, mas neste ano foi transferido a credores da empreiteira, reunidos em um fundo.

Nos últimos anos, o grupo chegou a receber propostas de aquisição, mas nenhuma delas teve sucesso, principalmente por resistência dos fundos de pensão, que hoje não têm intenção de perder controle da empresa.

Apesar de operar grandes concessões, como o aeroporto de Guarulhos e o Metrô Rio, a companhia acumula resultados negativos. Neste ano, até setembro, o grupo teve prejuízo de R$ 614 milhões.

A companhia não colocou outros negócios à venda, mas “está aberta a propostas”, diz Dantas. “Em algumas concessionárias temos sócios, que muitas vezes estão se movimentando, e temos direitos de venda conjunta.”

O anúncio da venda ocorre logo após o imbróglio da Linha Amarela (Lamsa), no Rio de Janeiro, no qual o prefeito Marcelo Crivella decidiu romper o contrato de concessão e derrubar as praças de pedágio da via. A companhia conseguiu reverter a situação por meio de liminares judiciais, garantindo rapidamente a volta da cobrança. Hoje, a Invepar tenta costurar uma saída amigável com a prefeitura, segundo Dantas. Fonte:Valor Econômico Leia mais em portal.newsmet 23/12/2019

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