Reformas tributária e da previdência, além de investimento em educação e qualificação, são consideradas prioridades para alavancar os negócios no próximo ano
O que esperar para o novo governo e para os negócios no próximo ano? O levantamento Agenda 2019, realizado pela Deloitte logo após o segundo turno das eleições no Brasil, consultou executivos de 826 organizações do País para saber quais temas eles consideram prioritários para o ano que se inicia.
Participaram da pesquisa presidentes, diretores, superintendentes, conselheiros e gerentes de organizações de 32 segmentos econômicos. No último ano, a soma de suas receitas chegou a R$ 2,8 trilhões, o que representa 43% do PIB nacional.
A pesquisa se dividiu em duas grandes áreas: as expectativas para o novo governo e as perspectivas para os negócios em 2019.
Prioridade às reformas
No que se refere à expectativa para o novo governo, os participantes sinalizaram suas visões sobre: leis e regulamentações, gestão pública, como o governo pode incentivar a atividade econômica, como fomentar a atividade empresarial e questões relacionadas a investimentos sociais.
O empresariado apontou que o Executivo eleito deve priorizar as reformas tributária (assinalada por 93% dos entrevistados), previdenciária (90%) e política (80%). Isso mostra muito do amadurecimento do empresariado, que entende que reformas de grande valor agregado precisam ser feitas para dar resultado à sociedade", analisa Othon Almeida, sócio-líder de Market Development da Deloitte.
Na parte de gestão pública, o combate à corrupção e o ajuste fiscal nas contas públicas se destacaram com 62% e 61% das respostas selecionadas, respectivamente. Outros pontos relevantes incluem a necessidade de estímulo à geração de empregos crucial para alavancar o consumo e a produção e a ampliação do comércio internacional, para que as empresas sofram menos impacto com as crises econômicas internas.
Melhoria dos negócios e tamanho do Estado
Os entrevistados também apontaram a importância de o governo contribuir para melhorar as parcerias público-privadas (52%), ampliar a oferta de crédito às empresas (51%), melhorar processos de abertura e fechamento de negócios (48%), incentivar a adaptação do setor aos conceitos da Indústria 4.0 e da transformação digital (48%), e criar mais incentivos tributários para programas, pesquisas e projetos de inovação (48%).
A pesquisa também perguntou aos participantes qual deveria ser o tamanho e nível de interferência do governo na economia e na sociedade. O resultado variou de acordo com a atividade. Na visão das lideranças empresariais, o estado deve atuar mais fortemente em segurança pública (indicada por 93% deles), saúde (79%) e educação e formação técnica (71%), enquanto que sua interferência pode ser menor nas áreas de serviços bancários (73%), siderurgia e metalurgia (71%) e telecomunicações (69%).
Otimismo nos negócios
O empresariado mostrou-se otimista com relação ao próximo ano. A maioria dos entrevistados (97%) indicou que pretende investir ou implementar ações que desenvolvam os negócios enquanto 69% dos executivos acreditam que as vendas vão aumentar.
Entre os investimentos a pesquisa indica intenção de lançar novos produtos e adotar novas tecnologias (60% e 56%, respectivamente). Os empresários pretendem, ainda, investir em equipamentos (46%) e em pesquisa e desenvolvimento (49%).
A busca de recursos para se capitalizar em 2019 deve ser uma realidade para 70% das empresas. Destacam-se os aportes dos próprios proprietários ou acionistas, os empréstimos originados de bancos de fomento (como o BNDES) e de bancos de varejo. Dez empresas declararam que pretendem realizar abertura de capital (IPO) no próximo ano.
Educação e qualificação profissional em pauta
Um ponto que chamou a atenção no estudo foi a prioridade dada à educação e nas competências do trabalhador. A qualificação do profissional brasileiro e a busca de competitividade em tempos de transformação tecnológica acelerada são dois fatores de preocupação das empresas que emergem claramente dessa pesquisa, afirma o sócio da Deloitte. A manutenção de iniciativas de treinamento e formação para os funcionários aparece na terceira posição (49%) das intenções de investimentos em 2019 dos executivos.
Com relação às contratações, 47% dos entrevistados afirmaram que pretender aumentar o número de funcionários, enquanto 32% devem manter o quadro de atual, com substituições por pessoas mais qualificadas. Apenas 7% dos entrevistados indicaram que vão diminuir o quadro de funcionários, sendo que quase metade desses executivos (46%) sinalizou que a decisão está sendo influenciada por fatores como a robotização, a automação de processos e a substituição por talentos mais qualificados.
As empresas vão investir significativamente na força de trabalho, para que ela se adeque melhor a esse momento de transformação, de temas como robotização, analytics, data science em geral, que traz uma forma de olhar o mundo de forma diferente, conclui Othon Almeida... Leia mais em valoreconomico 26/12/2019
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