31 outubro 2019

Mercado está aquecido para fusões e aquisições

O mercado de fusões e aquisições está ativo e promissor no Rio Grande do Sul, segundo avaliação de especialistas. "Muitos investidores, inclusive estrangeiros, têm procurado empresas gaúchas, que estão bem preparadas, com muita gestão, compliance e governança - e normalmente são lucrativas - não somente na Capital, mas na Região Metropolitana e no Interior", observa o diretor superintendente da CRP Companhia de Participações, Clovis Meurer. Ele palestrou sobre o tema durante a reunião-almoço Tá na Mesa, promovida pela Federasul nesta quarta-feira, juntamente com os sócios-fundadores da Cypress, Carlos Parizotto; e da Stone Capital Investimentos, Ricardo Schmitt.

Os três convidados apontaram um cenário positivo para investimentos e associações do gênero em todo o Brasil nos próximos quatro anos. De acordo com os palestrantes, os setores mais procurados devem ser o de saúde (hospitais, clínicas, laboratórios e farmácias), educação (universidades, escolas, EaD) e - no caso do Rio Grande do Sul - agronegócio (tecnologias, lavouras, indústrias de máquinas e plantas) e energia (principalmente eólica).

"No mês passado, o fundo de investimentos Kinea, do Itaú Unibanco, comprou 10% do capital social da Dimed (dona da Panvel), e, em 2018, o Walmart vendeu 80% de sua participação no Brasil para o fundo de investimentos Advent International. São dois exemplos de negócios recentes no País, envolvendo grandes empresas", lembrou Meurer. Parizotto destacou que o mercado de capitais tem enviado "sinais positivos" também para empresas de médio porte (com faturamento até R$ 1 milhão). "A boa notícia é que existe uma gama de opções de financiamentos, que podem ser adequados de acordo com o tipo de projeto em vista."

"Neste ano, percebemos um aumento de 30% das transações, puxado por investidores brasileiros", falou Schmitt. Ele observou que, enquanto o mercado doméstico está aquecido, a atividade de fusões e aquisições tem diminuído fora do País.

Para interessados em realizar o processo, o sócio da Stone Capital Investimentos aconselha que o melhor momento para um empresário tomar a decisão de vender seu negócio é quando não precisa (se a empresa vai bem, terá mais valor de mercado, alcançando bom preço). "Para que as transações sejam bem-feitas, o melhor é não ter pressa", ressalta. No entanto, o timing perfeito é difícil de encontrar, observa. "Cabe colocar tudo na balança e ver que o que pesa mais, muitas vezes, não é o dinheiro."

"O que define a hora de vender é bastante pessoal, mas é comum a questão da (falta) de sucessão familiar ser um dos principais motivos", destaca Meurer, lembrando que são várias as oportunidades que surgem. "Pode simplesmente ser uma oferta feita por um comprador que quer aumentar seu negócio; ou a conclusão do vendedor de que é mais fácil repassar para uma empresa com gestão mais qualificada, quando se trata de evolução tecnológica", exemplifica.

"No caso dos investidores, o fator que mais interfere na decisão é o market-share. Isso é até mais importante que o fluxo de caixa do negócio a ser adquirido."

A alta liquidez financeira, queda da taxa de juros, pacto federativo, regramento da liberdade econômica e empreendedorismo inovador têm potencializado as oportunidades, inclusive para quem esteja optando por investir em algo mais lucrativo que a poupança no Brasil, observa Schmitt.

Segundo ele, esse mercado inclui diversos tipos jurídicos, além da fusão e da aquisição, e, em qualquer situação, todo o processo pode durar um ano ou mais (uma vez que inclui várias etapas, entre as quais, auditoria das empresas antes de receberem o investimento).

Já os entraves para esses negócios não acontecerem passam pela diferença de preço sugerido e ofertado (muito comum quando há valor sentimental na transação), ou de cultura e posicionamento, além de situação contábil de contingências... Leia mais em jornaldocomercio 31/10/2019

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