A EcoRodovias arrematou a concessão da rodovia BR-364/365 (GO/MG) na manhã desta sexta-feira, 27,, em leilão realizado na B3, com uma tarifa básica de pedágio de R$ 4,69364, indicando um deságio de 33,14%. O preço-teto fixado era de R$ 7,02, referenciado a valores de junho deste ano. Esta é a primeira rodovia a ser licitada sob o governo Jair Bolsonaro.
Na abertura dos envelopes, entregues na segunda-feira, as outras ofertas da tarifa básica de pedágio foram de R$ 5,82673, do Consórcio Way-364/365 (com deságio de 17%) e de R$ 5,75640 (com deságio de 18%).
Conforme mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), três grupos entregaram propostas para assumir o projeto federal, que engloba 437 quilômetros de estradas entre Jataí (GO) e Uberlândia (MG) e integra um importante corredor para o escoamento da produção agroindustrial da região.
A expectativa é de investimentos de R$ 4,57 bilhões ao longo dos 30 anos de concessão, considerando Capex (R$ 2,06 bilhões) e custos operacionais (R$ 2,51 bilhões em conservação, operação e monitoramento).
A taxa interna de retorno de projeto (real), estabelecida pelo poder concedente é de 9,2% a.a., o que resultou na tarifa máxima de pedágio de R$ 7,02.
Recursos suficientes
A EcoRodovias afirma ter recursos suficientes em caixa para fazer frente ao aporte de capital inicial das operações. Nas palavras de Marcello Guidotti, diretor executivo de Finanças e Relações com investidores da empresa, esse projeto já nasceu com uma estrutura muito sólida. Ele lembrou ainda que embora o grupo tenha recursos em caixa, também possui acesso a linhas de financiamento do BNDES não descartando novas vias de financiamento.
De acordo com Guidotti, essa concessão já estava no radar, pois está na ponta de outra rodovia que passou a ser administrada pelo grupo na região com a aquisição da concessionária MGO, a BR-050 (GO/MG). Essa concessão é o caso mais bem-sucedido da chamada 3ª etapa de concessões rodoviárias federais, licitadas entre 2013 e 2014 no governo Dilma Rousseff.
"Os dois trechos têm Uberlândia como polo, que entendemos como um corredor importante para a região", afirmou o executivo. "Estudamos bem o tráfego, capex e gostamos do ativo, que se encaixa na nossa dimensão", disse, durante coletiva após o leilão, na B3.
Perguntado sobre o possível interesse da empresa em projetos dentro de outros segmentos, o executivo disse que embora a empresa já tenha tentado a concessão de aeroportos no passado, hoje o foco é rodovias.
Segundo Guidotti, ao comentar o modelo de concessão, as vantagens competitivas surgem da sua capacidade de entender os riscos do projeto.
Na prática, a partir do primeiro dia, afirma o executivo, o foco será fazer um upgrade geral de todo o sistema. "Temos a facilidade de um modelo centralizado. Já temos um diretor e todas as equipes para atuar nessa nova concessão", disse.
Já a cobrança de pedágio no trecho começa em janeiro de 2021. Estadão Conteúdo Leia mais em dci 27/09/2019
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