03 setembro 2019

Após sete meses, Caoa fecha compra da fábrica da Ford no ABC Paulista

Não há detalhes sobre a transação, mas, segundo fontes, o investimento total da Caoa na transação é de cerca de R$ 1 bilhão

O grupo brasileiro Caoa comprou a fábrica da Ford em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. O anúncio do negócio, antecipado em abril pelo Estado, será feito nesta terça-feira, 3, às 15h, durante evento no Palácio dos Bandeirantes, pelo governador do Estado, João Doria, e representantes das duas empresas.

Não há detalhes sobre a transação, mas, segundo fontes, o investimento total da Caoa na transação é de cerca de R$ 1 bilhão. Em fevereiro, a Ford anunciou que encerraria ao longo de 2019 a operação da planta do ABC. A fábrica é a única da montadora que produz caminhões. O único automóvel produzido lá é o Fiesta. A decisão reflete decisão global da empresa de sair do mercado de caminhões e de parar de produzir o Fiesta.

A montadora permanecerá no Brasil com a fábrica de Camaçari, na Bahia, que produz o Ka e o EcoSport, e uma fábrica de motores em Taubaté, no interior de São Paulo. Após o anúncio, o governador João Doria decidiu ajudar a Ford a encontrar um comprador. Algumas empresas manifestaram interesse, mas a Caoa foi a que conseguiu avançar nas negociações.

No último dia 7 de agosto, o presidente da Ford para a América do Sul, Lyle Watters, disse a jornalistas que as negociações teriam um desfecho "em algumas semanas". Nesta segunda-feira, 2, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC publicou uma foto em seu site de uma reunião realizada pela manhã, na sede da Caoa, em São Paulo.

O texto que acompanha a imagem dizia: "Os metalúrgicos do ABC discutiram com a direção da empresa condições trabalhistas para a contratação de trabalhadores impactados pelo fechamento da unidade da Ford, caso a aquisição da planta de São Bernardo seja efetivada. As negociações estão avançadas." Em sua conta no Facebook, o ex-presidente do Sindicato, Rafael Marques, publicou a mesma foto.

O texto, contudo, dizia que a reunião serviu para "acertar as questões trabalhistas para as futuras contratações advindas do anúncio (que está próximo) da aquisição da planta da Ford em São Bernardo do Campo (pelo Grupo Caoa)". Executivos do Grupo Caoa não quiseram comentar o assunto. Um porta-voz afirmou apenas que "as negociações estão em curso, mas nada foi decidido ainda".

Fontes ligadas ao negócio, contudo, confirmaram que o acordo foi selado. Carro chinês. Após a conclusão do negócio, segundo apurou o Estado, a Caoa deve usar as instalações do ABC Paulista para montar automóveis de uma marca chinesa. O grupo brasileiro produz modelos da Chery no Brasil em duas unidades. De Jacareí (SP) saem o sedã Arrizo 5 e SUV compacto Tiggo 2. Em Anápolis (GO) são feitos os SUVs médios Tiggo 5X e Tiggo 7.

O grupo brasileiro fabrica, também em Anápolis, os SUVs médios ix35 e New Tucson, da Hyundai. A Caoa também é responsável pela importação de todos os modelos da marca sul-coreana. Além disso, representa a Subaru no País. O presidente do grupo Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, chegou a condicionar a compra da planta da Ford à aprovação da reforma da Previdência.

À época, ele disse que havia "grande possibilidade" de absorver os funcionários, mas que o investimento depende da negociação com sócios chineses, sindicato e fornecedores. "Só queremos que o governo resolva a Previdência e a crise fiscal para voltarmos a investir. Estadao.. Leia mais em epocanegocios 03/09/2019
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Grupo Caoa confirma compra da Ford de São Bernardo

Empresa manterá produção dos caminhões na unidade do ABC e fará também um automóvel

O Grupo Caoa confirmou na tarde de terça-feira, 3, a compra da fábrica da Ford de São Bernardo do Campo (SP). Representantes da Caoa, da Ford e o governador do Estado de São Paulo, João Doria, concederam entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes. O desfecho da negociação será divulgado em até 45 dias, num processo conhecido como “due diligence”. O termo é utilizado em aquisições corporativas e se refere ao processo de análise das informação sobre a empresa à venda. Mais adiante serão divulgados o valor da negociação e novos investimentos. O grupo brasileiro dará continuidade à produção dos caminhões e também fará um automóvel ali, cuja marca ainda não foi divulgada.

“Não haverá dinheiro do BNDES na negociação, mas talvez venhamos a utilizar o IncentivAuto”, afirma o chairman e fundador do Grupo Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade.


Andrade deu a entender que o automóvel a ser produzido em São Bernardo do Campo terá marca diferente daquelas que ele já produz no Brasil (Chery e Hyundai). Disse que a fábrica “passará por mudanças para se tornar viável e lucrativa” e descartou a saída de Anápolis (GO), onde produz hoje veículos Hyundai e Chery. “Temos três lançamentos programados para lá”, garante o proprietário do Grupo Caoa, que também monta veículos da Chery em Jacareí (SP).

De acordo com informações do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a Ford montará ela própria os caminhões até o fim de outubro. Depois disso o grupo brasileiro assumirá a operação, “produzindo sob licenciamento da montadora”, afirma o presidente do sindicato, Wagner Santana.

“Hoje há 600 pessoas na linha de montagem da Ford. A Caoa vai gerar 750 vagas num primeiro momento”, afirma Santana. Segundo o líder sindical, a Ford mantém também 600 funcionários das áreas administrativas, que permanecerão ligados à montadora.

Segundo o sindicato, os trabalhadores que serão recontratados pela Caoa terão os salários até 30% mais baixos que aqueles pagos pela Ford... Leia mais em automotiva Business 03/09/2019

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