23 julho 2019

Por que os aeroportos leiloados por Bolsonaro saíram com ágio de 1.000%

Capital estrangeiro busca negócios
Contrato agradou às empresas
Mas crescimento ainda é incerto

Há um norte no trabalho dos ministros da área econômica da equipe de Jair Bolsonaro: a possibilidade de o Brasil expandir sua infraestrutura com apoio do capital externo abundante que há no mundo à procura de bons negócios. Com uma carteira de projetos importantes nas áreas de óleo e gás, energia e infraestrutura de transportes, o país chama a atenção do mercado internacional.

Como já mostrou esta série de reportagens Como o Brasil se Move, o que os investidores pedem é: mais projetos (leia aqui as reportagens). Negócios bem estruturados podem atrair recursos de fora, mesmo num momento em que o futuro das contas públicas brasileiras ainda está por ser definido.

Prova desse interesse ocorreu em março passado, quando o leilão de concessão de 12 aeroportos atraiu o interesse de grupos nacionais e 7 operadoras estrangeiras: as alemãs Fraport e AviAlliance, as francesas ADP e Vinci, a espanhola Aena, a suíça Zurich e a chilena Agunsa.

O bloco mais disputado foi o Nordeste (Recife, Maceió, João Pessoa, Aracaju, Juazeiro do Norte e Campina Grande). Uma concorrência acirrada entre Zurich e o consórcio Nordeste, formado por  AviAlliance e o fundo Patria fez com que o preço inicial, R$ 173 milhões, crescesse quase 11 vezes. No fim, quem levou o bloco não foi nenhuma das duas, e sim a espanhola Aena, com um lance de R$ 1,9 bilhão, 1.010,69% acima do mínimo.

“É uma aposta definitiva no Brasil”, disse Santiago Yus, o executivo da Aena que ficará a cargo dos aeroportos nordestinos quando o contrato for assinado, provavelmente em setembro de 2019.

Foi a maior operação de desenvolvimento internacional do grupo, segundo informou em comunicado. Com o negócio, a Aena diz ter consolidado sua liderança internacional em operação de aeroportos. O grupo opera 17 aeroportos fora da Espanha: México, Colômbia, Jamaica e Reino Unido.

Passará a ter 6 terminais no Brasil, entre eles destinos turísticos internacionais como Recife e Maceió. A empresa pretende participar das novas rodadas de concessões de aeroportos. Há duas no calendário. Na segunda, estarão Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ). .. Leia mais em poder360 23/07/2019

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