24 julho 2019

Petrobras vende fatia de 30% na BR Distribuidora; privatização pode chegar a R$9,6 bi

Operação reduziu a participação da estatal na distribuidora de 71,25% para 41,25%

A Petrobras aprovou a venda de uma fatia de 30% na empresa de combustíveis BR Distribuidora por 8,56 bilhões de reais, mas o negócio poderá envolver até 9,6 bilhões de reais se também for negociado um lote adicional de ações.

A operação, em uma oferta de ações precificada na noite de terça-feira, fixou os papéis da BR em 24,50 reais e reduziu a participação da Petrobras na companhia para 41,25%, de 71,25% anteriormente, o que na prática privatiza a antiga subsidiária da estatal.

O lote suplementar da oferta deve ser negociado ao longo das próximas semanas. Se houver sucesso, a fatia da Petrobras na BR seria reduzida para 37,5%.Três fontes com conhecimento do assunto disseram que há demanda suficiente para a venda de todo o lote suplementar."Demonstra confiança no Brasil, na BR e na Petrobras...

A BR terá capacidade de tomar decisões rápidas e ser mais eficiente, sem as amarras de uma estatal", disse uma fonte da Petrobras, que pediu para não ser identificada.As ações da BR operavam em alta de cerca de 4,3%, a 27,13 reais, por volta das 13h16, após subirem mais de 6% na máxima do dia, enquanto os papéis preferenciais da Petrobras operavam perto da estabilidade.

A BR é líder em um setor dominado por poucas empresas, que incluem a Raízen, joint venture da Cosan e Shell, além da Ipiranga, do Grupo Ultrapar.A citada agilidade a ser obtida com a privatização deve ser importante para enfrentar a concorrência, ainda mais após a entrada recente no setor no Brasil de multinacionais como Glencore, com aquisição de uma fatia majoritária na Ale, e da Vitol.

"Esperamos que o novo controle acionário desencadeie uma série de mudanças na estrutura da BR Distribuidora, visando um ganho em eficiência/produtividade e mais 'comparável' às concorrentes Ipiranga e Raízen", declarou em nota a consultoria Raion, que não vislumbra no curto prazo uma redução de preços para clientes da BR, visto que sua fornecedora principal continuará sendo a Petrobras, que detém cerca de 98% do refino nacional.

A demanda na operação da BR foi 4,5 vezes superior ao tamanho da oferta, acrescentou uma das fontes, que falou sob a condição de anonimato porque a informação não é pública.

A Petrobras já havia reduzido sua participação na BR Distribuidora no final de 2017, com uma oferta inicial de ações (IPO) que levantou aproximadamente 5 bilhões de reais e levou a petroleira a ficar com 71,25% da empresa, antes uma subsidiária integral.

Tanto o IPO quanto a oferta de ações concluída na terça-feira acontecem em meio a um amplo plano de desinvestimentos da Petrobras, que tem vendido ativos em diversas áreas de negócio para reduzir dívidas e focar seus investimentos na exploração do pré-sal.

"Embora fortemente antecipado pelo mercado, esse é outro movimento positivo no plano da companhia de vender ativos não essenciais, visando reduzir a alavancagem e para obter dinheiro para investimentos na produção de petróleo, especialmente no pré-sal", destacou o Goldman Sachs em nota.

A Petrobras ainda quer vender oito refinarias, com metade da capacidade de refino do país, além de unidades de gás, em meio a um plano do governo de quebrar monopólios... Reuters Leia mais em dci 24/07/2019



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