A cada ano, cresce o número de empresas novatas com ferramentas disruptivas para resolver os gargalos do agronegócio
As startups do agro, também conhecidas como agrotechs, agritechs ou agtechs, são a grande aposta do setor para encontrar soluções que facilitem a tomada de decisões na fazenda. Elas formam um grupo de cerca de 300 companhias no Brasil e investem cerca de R$ 100 milhões ao ano.
Essas novatas trabalham com o conceito de internet das coisas (IoT), que se refere à revolução tecnológica que conecta dispositivos eletrônicos usados no dia a dia à rede mundial de computadores, e inteligência artificial para decodificar os dados gerados por sensores de máquinas agrícolas, drones e imagens de satélites.
A relevância das agrotechs é tamanha que durante a Agrishow as grandes marcas de máquinas agrícolas reservaram um espaço em seu estande para as startups parceiras apresentarem suas soluções. A feira também foi palco do Fórum Inovação, promovido pelo Estadão em parceria com a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag).
O ciclo de palestras foi aberto pelo secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Gustavo Junqueira, e pelo diretor executivo da Abag, Luiz Cornacchioni. Ambos ressaltaram o potencial do Brasil de se tornar mais que um exportador de commodities: um exportador de tecnologias e serviços para o setor agro.
CONHEÇA ALGUMAS DESSAS EMPRESAS
Entre as startups presentes, estava a Agrosmart. Criada em 2014, no auge da crise hídrica, inicialmente ela era voltada à “irrigação de precisão”, com sensores e estações meteorológicas que respondiam ao produtor quando era o momento certo de irrigar e em qual quantia. Hoje, o conjunto de soluções é bem maior.
“Estamos avançando na coleta de dados, que era um gargalo no campo, e agora começamos a aplicar técnicas de análise de dados e inteligência artificial para extrair valor dessas informações”, diz Guilherme Raucci, responsável pela área de novos negócios da Agrotech.
A Agrosmart monitora atualmente 210 mil hectares no Brasil, está presente nos EUA e em Israel e iniciou o processo de expansão para a América Latina. “Começamos com as recomendações de irrigação e hoje temos previsão do tempo, modelo de previsão de ocorrência de pragas e doenças, etc.”, diz Raucci.
A demanda dos clientes agro também tem crescido na Ilegra, empresa de design digital, inovação e software que surgiu em Porto Alegre em 2002. Caroline Capitani, VP da empresa, foi uma das palestrantes do fórum.
Ela ressaltou a busca da indústria financeira por meios de dar mais crédito ao produtor. “As seguradoras estão nos procurando para começarem a fornecer seguro agrícola adaptado às necessidades específicas dos agricultores.
Informados por big data e em tempo real, o produtor e a seguradora podem adaptar sua cobertura dinamicamente com base na mudança de risco e nas ações tomadas pelo segurado para mitigar esse risco”, explica.
Marco Aurélio Chaves, CEO da Alluagro, compartilhou com o público como surgiu a startup. Conhecida como “Uber de máquinas agrícolas”, a Agrotech conecta quem tem máquina à disposição com quem necessita do serviço. “Começamos transacionando R$ 29 mil na plataforma. Atualmente, ultrapassamos R$ 3,2 milhões”, aponta Chaves.
Outro tema discutido no Fórum foi a conectividade, já que a falta de internet no campo impede que as outras tecnologias funcionem como deveriam. Neste contexto, Marco Aurélio Milan, especialista de produto na área de agricultura de precisão da New Holland, apresentou ConectarAgro.
A iniciativa une empresas, como CNH Industrial, AGCO, Jacto, Tim e Nokia, para promover internet móvel nas regiões mais remotas do Brasil. “O projeto irá levar internet para as propriedades de um modo que realmente conecte tudo, de forma simples, com um sistema aberto e acessível para o pequeno e grande agricultor”, finaliza. Referência: Estado de São Paulo .. Leia mais em capitólio 29/05/2019
Nenhum comentário:
Postar um comentário