De acordo com a Associação Brasileira de Startups, o Brasil tem mais de 10 mil startups formalizadas. Dessas, 72% faturam até R$ 50 mil por ano (Parallaxis, 2016). Para o CEO da Asset One, Carlos Eduardo Galarda, os dados demonstram a necessidade de crédito e crescimento para que o mercado siga crescendo. “É muito pouco provável que uma startup consiga expandir seus negócios sem a captação de investimentos externos. E, para cada estágio da startup, é comum que estejam disponíveis diferentes modalidades de captação”, conta.
Uma das maneiras de receber aporte financeiro é via equity crowdfunding (ou financiamento coletivo de empresas). Nessa modalidade, o principal benefício é a aquisição de uma pluralidade de novos sócios. Eles atuarão como embaixadores da empresa e auxiliarão na promoção e divulgação do negócio. Segundo a Equity, associação das plataformas do setor no Brasil, o volume de investimentos em startups por financiamento coletivo em 2018 cresceu quatro vezes em um ano. Passou de uma média de R$ 5 milhões ao ano para R$ 20 milhões, de acordo com dados de julho de 2018. Mas, quais as vantagens em captar via crowndfunding?
Para Carlos Eduardo Galarda, existem pontos bem importantes e que merecem atenção:
- Pré-requisitos: A captação via Crowdfunding de Investimentos é regulamentada pela CVM, que estabeleceu alguns limites para essa modalidade, em especial:
- Empresa constituída no Brasil e registrada no registro público competente. A receita bruta anual deve ser de até R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) apurada no exercício social encerrado no ano anterior à oferta. Não pode ser registrada como emissor de valores mobiliários na CVM;
- Valor alvo máximo de captação não superior a R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais).
- Rigoroso processo seletivo: somente as startups que realmente estiverem preparadas despertarão atenção por parte dos investidores e receberão o tão desejado recurso.
- Investimento democrático: Além de facilitar a negociação para o empreendedor, o equity crowfunding possibilita que mais gente coloque dinheiro no negócio. Ou seja, pessoas que não teriam a possibilidade de fazer um investimento individualmente.
- Relacionamento: esse tipo de investimento também cria a possibilidade de construir uma rede de investidores. Eles podem oferecer novos aportes à medida que ela avança em seus negócios.
Embora seja um assunto recorrente, o processo de captação em startups e empresas inovadoras é permeado pela falta de conhecimento por ambos atores: startups e investidores. “Do lado das startups, muitas não têm se preparado de forma satisfatória antes de buscar recursos, acreditando na falácia do dinheiro fácil. Acabam ficando sem o recurso e desperdiçando uma boa oportunidade”, afirma Galarda.
Por isso, estar preparado para receber recursos significa entender o que o investidor procura e atender ao maior número de requisitos, como:
- Estabelecer para que será usado o recurso;
- Ter claramente definido qual o problema que a startup pretende resolver e como se diferencia dos eventuais concorrentes;
- Dispor de um time multidisciplinar e complementar de fundadores;
- Mensurar corretamente o tamanho do mercado de atuação;
- Ter uma forma de monetização definida;
- Tentar apresentar um valuation condizente com a realidade da startup e com o mercado;
- Estar com seu produto/serviço validado pelos clientes e, preferencialmente, gerando receita....
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