21 maio 2019

C-levels discutem o cenário de inovação e corporate venture no Brasil

Executivos discutiram o tema durante a segunda edição do CxO Conference, realizado no Cubo, em São Paulo

Aconteceu na manhã desta terça-feira (21/05) a segunda edição do CxO Conference, encontro com executivos C-level de diversas empresas com o propósito de discutir o impacto da transformação digital e a força do corporate venture no Brasil. O evento foi promovido e realizado pelo Cubo Network, e contou com a participação de diretoras e diretores de companhias como Redpoint eVentures, Accenture Interactive e Telecine, além de Paulo Veras, cofundador da 99 e atual membro do conselho da Localiza Hertz.

Durante a manhã de palestras, os convidados discutiram o poder da inovação e avisaram: as empresas que não se prepararem para a revolução digital ficarão para trás. O que não quer dizer, na visão dos executivos C-level, que companhias devam investir desenfreadamente em tecnologia. No novo mundo, o foco será nas pessoas. “Antes da digital, precisamos falar de transformação cultural”, diz Ana Julia Ghirello, Chief Product Digital Transformation da Telecine.

Veras concorda. “A tecnologia é um pano de fundo. O mais importante é a mentalidade das pessoas”, afirma o empreendedor. Mas não é somente isso que entra na equação. Para a diretora da Telecine, movimentos de inovação devem partir de cima para baixo. “Esse processo não acontece se os C-levels não querem. Quando quer, vai para frente”, afirma Ana.

No campo do corporate venture, falaram com o público Flávio Pripas, corporate venture officer da Redpoint eventures, e Anderson Thees, managing partner do mesmo fundo. De acordo com os executivos, o Brasil passa por um momento positivo, em que empresas começam a olhar startups com outro olhar. “Os últimos três anos foram os melhores dos últimos 15. A perspectiva é muito boa para a comunidade brasileira”, diz. “Estamos num ciclo de empresas interessadas em investir em startups. Ainda não há maturidade, mas existe disposição de abraçar o risco”, diz Pripas.

Abaixo, confira alguns insights do evento:

Paulo Veras, cofundador da 99 e membro do conselho da Localiza Hertz
“Tem uma revolução chegando que vai ajudar a melhorar o país. Estamos vivendo em uma era com muito mais ferramentas para criar produtos de alta qualidade com velocidade. As empresas que não conseguirem mudar vão ficar para trás. A tecnologia é um pano de fundo. O mais importante é a mentalidade das pessoas.”

Ana Julia Ghirello, Chief Product Digital Transformation da Telecine
“Antes da digital, precisamos falar de transformação cultural, de pessoas. A inteligência artificial, por exemplo, só funciona com um bom material humano por trás. A mudança do mindset tem que ser no dia a dia, na operação. Experimentar, errar bastante, voltar atrás, corrigir e ir embora. O processo de inovação não acontece se os C-levels não querem. Quando quer, vai para frente.”

Anderson Thees, managing partner da Redpoint eVentures
“Os últimos três anos foram os melhores dos últimos 15. A perspectiva é muito para a comunidade de inovação brasileira. O que faltava para o nosso ecossistema de corporate venture era a participação das grandes empresas e grandes saídas de empreendedores. Agora já temos isso. Não há mais desculpa. Não existe mais motivo para não empreender no Brasil. É o melhor lugar do mundo? Não é, mas a situação está bem melhor.”

Flávio Pripas, corporate venture officer da Redpoint eventures
“Estamos num ciclo de empresas interessadas em investir em startups. Ainda não há maturidade, mas existe disposição de abraçar o risco. No campo da inovação, é preciso alinhar expectativas. A gente percebeu que definir a entrega esperada é importante para não gerar frustração.”

Eco Moliterno, chief creative officer da Accenture Interactive
“Se as grandes empresas ficarem presas ao seu tamanho, não vai ter agilidade para inovar. Ela precisa saber que tem capacidade para testar e errar – algo que os menores não tem. Mesmo assim, o ideal é começar com ideias pequenas, ganhando aprendizado do que vale a pena investir e do que vale a pena jogar fora. O avanço tem que encontrar soluções reais.”.. Leia mais em epocanegocio 21/05/2019



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